A cidade de Hawkins está em alta por dois motivos: férias escolares e a inauguração de um grandioso shopping center. Esses dois elementos já deveriam ser capazes de ocupar integralmente o grupo de protagonistas, no entanto, uma nova ameaça surge para a turma "liderada" por Mike (Finn Wolfhard) buscar meios para não só identificar o que está deixando moradores locais com estranhos comportamentos, mas também eliminar de vez suas origens.
Após duas frutíferas e competentes temporadas, as expectativas por uma terceira temporada de STRANGER THINGS ficam em alta pelos admiradores do ótimo seriado produzido pela Netflix. Nessa nova empreitada, o grupo vivencia uma série de elementos que extrapolam a simples caça aos monstros, haja vista que eles estão entrando, de vez, na puberdade. Os relacionamentos ganham contornos com conflitos, ciúmes, desejos e muitos dos pontos que qualquer adolescente vive ao alcançar certa faixa etária. Entretanto, nada disso destoa do objetivo maior da série e jamais permite que a qualidade reduza criando situações comuns e desnecessárias, mérito total para os irmãos e roteiristas Matt Duffer e Ross Duffer. Valendo citar também o amadurecimento do roteiro ao tratar de outras características sociais, em especial a corrupção e política.
Embora já tenha desenvolvido bem o que existe por trás da mitologia do seriado, os produtores e roteiristas mostram mais uma vez que há polpa para ser usada no universo de Stranger Things. A exemplo da segunda, essa terceira temporada faz uso de um vilão que soa coerente dentro das características da série, deixando bem claro que o que é mostrado já estava lá, não precisando reinventar a roda para funcionar bem e nem traindo a inteligência do expectador.
Outro ponto destacável e que serve de pano de fundo da série é sua ambientação oitentista. O figurino, canções, adereços, neons e o festival de easter eggs estão novamente inspiradíssimos, culminando em um deleite saudosista para quem viveu aquela época. Fica difícil não procurar por paredes, letreiros, portas ou qualquer local que contenha algo daquele período; sem contar a trilha sonora que mais uma vez serve de aperitivo da melhor qualidade.
A esta altura do campeonato é comum se perguntar: o que seria de um produto cinematográfico sem um grupo de protagonistas capazes de manter o público se importando com todos eles? Pois essa resposta vive em cada episódio de Stranger Things. O grupo principal composto por Eleven, Mike, Dustin, Lucas e Will estão cada vez mais à vontade em seus papéis, além de receberem mais alguns personagens vitais para o enredo. A interação entre eles, mostrando o significado da amizade verdadeira soa não somente notável, mas também cativante sob diversos aspectos, que tenderão a oscilar dependendo de quem assiste.