Uhtred (Alexander Dreymon) continua sua saga feroz em busca de três tarefas crucias: manter-se fiel a seu juramento ao rei Alfredo (David Dawson); lutar pela sua essência pagã ao mesmo tempo que admira suas origens saxãs; e por fim traçar meios a longo prazo para reaver sua fortaleza em Bebbanburg, embora esta tenha ficado cada vez mais distante dos holofotes da narrativa. Essa terceira temporada foca suas atenções em parte do conteúdo presente nos livros 5 e 6 das crônicas saxônicas, período que estabelece a chegada de Sigurd "Cabelo de Sangue" (Ola Rapace) e sua feiticeira Skade (Thea Sofie Loch Næss), esta servirá de ampliação dos conflitos com os soldados de Uhtred; e do também vilão Cnut (Magnus Bruun) para aliar forças para tomada da grandiosa Wessex.
Agora sob as rédeas exclusivas da Netflix, o seriado mostra-se mais interessante no contexto narrativo, reflexo da ampliação para 10 episódios. Tanto Uthed quanto os Vikings e Alfredo tem suas histórias melhor costuradas, pois o desenvolvimento construído até o momento tem moldado não só a personalidade de cada um, mas demonstra como a importância dos líderes e a forma como comportam-se pode sustentar ou não os seguidores a longo prazo.
Alguns personagens secundários como Beocca (Ian Hart) e Ragnar (Tobias Santelmann) tem mais relevância nesta temporada, pois acabam auxiliando nas decisões de curto e médio prazo, inclusive capazes de aliviar conflitos grandiosos com a devida habilidade do diálogo. Thyra (Julia Bache-Wiig) e Aethelflaed (Millie Brady) também mostram maior importância na história, tendo não só ganhado espaço em seus universos mas também servir à discussão acerca do preconceito com sexismo e xenofobia. Seguindo essa mesma premissa mas em sentido inverso estão os personagens de Sihtric (Arnas Fedaravicius) e Brida (Emily Cox), pouco aproveitados se comparados à relevância de origem.
Ainda sobre os personagens, há um embate, no bom sentido, entre Alfredo e Uhtred já no final da temporada, momento no qual são feitas revelações verdadeiras que elevam a qualidade contextual do seriado as alturas, visto sua proximidade com os livros e como isso reflete a personalidade de ambos. Simplesmente emocionante!
A parte voltada para ação mantém a mesma qualidade das temporadas anteriores, que usam da boa montagem e de bons planos para explorar o ambiente em favor do entretenimento, embora com resultado muitas vezes mediano. Os embates são divertidos e fazem bom uso da ótima "shield wall", levando os leitores dos livros a quase terem vertigens por lembrarem das linhas escritas por Cornwell.
Ao término de seus 10 episódios, THE LAST KINGDOM: SEASON 03 monstra uma boa construção cinematográfica, contendo personagens interessantes e muitas vezes complexos, além de certo respeito às origens literárias e históricas. Sua perceptível melhora desde a primeira temporada pode ser visualizada principalmente no enredo, que aborda melhor os conflitos os quais o reino cria "sustentados" pela igreja e como os ditos pagãos lidam com o desejo de conquistas. Perdas importantes são notadas, mas é algo que a romantização requer para deixar o expectador ansioso pelo que virá na SEASON 4.
Série maravilhosa, produção, direção, atores tudo muito lindo, já assisti mais de 50 vezes e aguardo a coisa as próximas temporadas. Muito linda a história e a interpretação dos atores magníficas....amei... Nota máxima...
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