Chegou ontem ao fim, na FOX, a segunda temporada de American Crime Story “The Assassination of Gianni Versace”. Foram nove episódios relatando sobre tudo o que envolveu um dos crimes mais famosos da história americana. Porém, não foi uma série sobre moda, tão pouco sobre Gianni Versace, como muitos veículos de comunicação alarmaram e os fashionistas esperavam. Como American Crime Story aborda sobre crimes reais que aconteceram nos Estados Unidos, conseguiram ser exemplar mais uma vez em focar no tema principal: o crime. E por conseqüência, o criminoso, Andrew Cunanan, interpretado pelo ator Daren Criss, que ficou famoso na série musical Glee. Lógico que a série tem muitas pitadas de moda, já que nos anos 90 a grife Versace fazia muito sucesso em um momento da história onde os homossexuais, com a influência de Gianni, estavam se sentindo mais seguros e livres em se expor. Era a tendência do luxo, do exagero, do brega e chique, e Gianni representava tudo isso. Essa é só uma das abordagens na série. O homossexualismo nos 90, a epidemia da AIDS, as artimanhas que as pessoas eram capazes de cometer para conquistar a fama, e, sem perder o foco, a maneira como a policia americana na época tratava com preconceito certos crimes. Algo que já havia sido mostrado na primeira temporada com The People v. O. J. Simpson.
O protagonista da série no fundo é Andrew, o assassino, que foi brilhantemente interpretado. Não sei ao certo se a verdadeira intenção da série foi humanizar o assassino, mas é esse tipo de sentimento com o desenvolver da história você desperta pelo Andrew, até assistir o último episódio, aonde você chega à conclusão de que ele também foi uma vitima nessa trama toda. Não que isso amenize ou tire sua culpa, mas Andrew foi vitima da ambição, veneração, paixão, obsessão, uma mistura de sentimentos delirantes de seu pai. Gianni Versace, interpretado por Édgar Ramirez, acaba como coadjuvante na maneira como a série se desenvolve ao longo dos episódios. Alguns desses episódios onde nem o próprio aparece. É quando a trama mostra o principio de tudo até o Gianni levar um tiro a queima roupa na porta de sua mansão em Miami. Antes de assassinar G. Versace, Andrew cometeu mais quatro assassinatos entre outros crimes, como identidade falsa, golpes e furtos. E é durante esses episódios onde você começa a conhecer a historia do assassino, e observar que tudo o que ele fez poderia ter sido evitado se não tivesse apenas vivido na bolha em que o seu pai criou. Se não tivesse sido educado e instruído a ser a pessoa que seu pai acreditava que ele era.
Donatella Versace, irmã de Gianni, é interpretada pela majestosa Penélope Cruz, que é amiga pessoal de Donatella, mas que antes mesmo de aceitar o papel, conversou com a estilista e pediu uma certa “autorização” para aceita-lo. E acabou desempenhando uma excelente interpretação destacada pela maneira muito idêntica de falar e andar da própria Donatella. E abrindo um parênteses sobre Donatella Versace, ela e a família não ficaram muito feliz com a série, e acusou a mesma de ser uma ficção.
Por fim, outro personagem coadjuvante na trama, é o do companheiro de Gianni, Atônio D’Amico, interpretado pelo cantor Rick Martin. Foi interessante ver Rick atuando com sua beleza latina incrível, mas foi uma atuação razoável, para um personagem de importância no desenrolar da história após o assassinato. Defendo esse ser o único ponto fraco da série, que vale a pena maratonar todos os episódios de uma vez. Vale à pena assistir a série, com fundo de moda, ainda que o foco seja um crime. Vai dar para se deliciar com muitos looks anos 90 de homens e mulheres, com destaque para os looks em couro e muitas jóias de Donatella Versace.