Quando eu estava pronto para começar maratonas incessante de séries de super-heróis, meu primo pede para que eu dê uma olhada nesta, da qual ele achou muito legal. Resolvi ouvir a sagrada voz da família e confesso: É FUNKFENOMENAL!!!!! Beirando um musical, o trabalho já é considerado o mais caro da Netflix (12 episódios = 120 milhões de doletas), mas que vale cada centavo investido. Quando falo que beira tal gênero é porque temos música, muita música, mas que introduzida apenas quando necessária e não toda hora como em um musical normal, até quando algum personagem, por exemplo, está com dor de barriga e aos puns, começa a cantarolar expressando tal momento (nada contra musicais, eu gosto e bastante!), aqui o canto é apenas quando se tem que cantar. E que qualidade nas músicas e nas coreografias! Amantes de um bom ritmo (....."de festaaa, ritmoooo é ritmo de festaaa....."), não deixem passar esta obra de seus ouvidos, você a assiste batucando com o controle remoto, ou balançando os pés, você simplesmente.....dança! E da mesma forma que temos uma qualidade de primeira na criação das melodias, temos também no visual, colorida e "viva", a Fotografia é espetacular, mesclando ficção com imagens reais, encontramos algo bem peculiar e gostoso de se ver. A trama se passa no passado, na qual um rapper conta em versos sua história em um show realizado no Madison Square Garden em 1996, sobre como o ano de 1977 mudou sua vida.... Confuso? Não fique! Possui sim duas linhas temporais diferentes (1996 e 1977) mas que é muito bem dividida e de fácil entendimento em se habituar em qual se passa (se tratando do show, estamos em 96) e sendo que a grande maioria se passa em 77. Mais uma vez, destaque ao cenário! No enredo, além do alto e bom som, trata dos inúmeros problemas da região do Bronx em Nova York naquela época, narrando fatos como gestões inertes de governos corruptos (que compram votos através de interesses e neste subtema, contamos com a presencça do ator veterano Jimmy Smits, que interpreta muito bem o personagem Francisco 'Papa Fuerte' Cruz), calor insuportável, desemprego, crise (olhaaa, o Brasil pode ter salvação), apagões e pelos altos índices de criminalidade (incêndios criminosos, pichações no auge, guerra de gangues, drogas, etc), ou seja, uma verdadeira terra das oportunidades dos malandros, mas tudo de uma forma bem leve , sendo um pokito violenta, mas não dramatizando por completo a série. Possui certo misticismo envolvendo artes marciais e resgata o tom dos seriados da época (ponto forte isso). O que está presente e igualmente forte, é o humor inteligente! E lógico, para grande sucesso, o elenco está impecável, totalmente cai nas graças de quem assiste e contamos com a ilustre presença do ator Jaden Smith (como assim não faz ideia de quem seja? Maaaaano, é o filho do Will Smith! Também não sabe? Google para você!.....propaganda gratuita....., quem não conhece o grande Will vive em outro mundo!), ele que impressiona no último capítulo! E quem é a atriz Herizen Guardiola??? Aonde ela estava esse tempo todo? Que linda! Que UAUUU de mulher (apaixonei ela no vestido rosa)! E que voz! Sua personagem faz o par romântico com.....errou se achou que era com Jaden! É com o ator Justice Smith (siiiiim, no passaporte brasileiro seria Justiça Smith, quase um berro de uma causa! Ele atuou em CIDADES DE PAPEL de 2015). Destaque também para o ator/rapper Shameik Moore (que interpreta o respeitado Shaolin Fantastic, uma figura enigmática das ruas do Bronx que fez seu nome como grafiteiro). Uma história de amor, ídolos, princípios, superação, sonhos, escolhas (e suas consequências), tudo "mixado" em um ritmo prazeroso. Eu torci pelo quinteto e seus agregados e tenho certeza que você também vai, sofrendo com eles (pois a vida não é fácil para nós e nem para eles) e vibrando a cada vitória (quando existe). Me emocionei (é, sou chorão) na parte em que a personagem de Guardiola, a Mylene Cruz, consegue sua esperada canção diante de seu produtor viciado em drogas (Jackie Moreno interpretado pelo ator Kevin Corrigan) e seu pai, um severo pastor chamado Ramon Cruz (protagonizado pelo ator Giancarlo Esposito) e temos aqui uma "pacificação" entre o "vendedor de pecados" e o homem temente (e obediente) à Deus (e que música!.....dançando só de lembrar.....dica: capítulo 5). Muito show também como a música liga pessoas e ocasiões (muito bem feito nestes 6 primeiros episódios). A narrativa da ascensão do Hip-hop que disputava a preferência das pessoas com a Disco que ainda estava na parada graças ao público homossexual (obrigado à todos, sou fã do estilo até hoje). Referências aos quadrinhos, cinema (Star Wars) e grupos musicais (The Jackson 5 com homenagem ao Michael Jackson em sua infância) estão mais que presentes. Possui algum errinhos no roteiro (como por exemplo a ocasião em que a canção religiosa é mudada na hora e todos sabem cantar o novo ritmo e o lance das pombas, devem sair da "gaiola" umas 15 pombas e no ar, o "balé" das aves está composto por mais de 30!), mas que não interferem muito. Agradeço ao meu primo pela indicação, desejo muita paciência para esperar a parte 2 (com mais seis partes) e solta o som DJ...