Em Sessão de Terapia, série dirigida por Selton Mello, acompanhamos o dia a dia do psicoterapeuta Caio Barone (Selton Mello), que conduz sessões com pacientes enquanto enfrenta seus próprios dilemas emocionais. A série explora questões humanas complexas, como traumas, perdas, amor e autodescoberta, tudo ambientado em um consultório intimista.
Sessão de Terapia é um raro exemplo de uma série que se mantém relevante e emocionalmente impactante ao longo das temporadas. Com uma proposta minimalista – a maioria das cenas acontece em um único ambiente –, a série aposta em diálogos bem escritos, interpretações intensas e direção sensível para criar uma experiência envolvente e reflexiva.
Selton Mello não apenas brilha como o protagonista, mas também demonstra maturidade como diretor ao conduzir a narrativa com ritmo e profundidade. Cada episódio é um mergulho na psique humana, onde os pacientes – interpretados por um elenco sempre competente – trazem histórias cativantes que refletem medos, anseios e as dificuldades de viver em um mundo complexo. Ao mesmo tempo, a série mostra que até o terapeuta, por trás de sua postura analítica, também é vulnerável.
A produção não tem medo de tocar em temas delicados como luto, abuso, saúde mental e identidade, sempre com respeito e sensibilidade. A escolha de manter os cenários simples valoriza o essencial: as palavras e os silêncios. No entanto, a simplicidade visual pode ser um desafio para quem busca algo mais dinâmico, mas para o público que aprecia tramas introspectivas e densas, Sessão de Terapia é um prato cheio.
A série também acerta ao atualizar os conflitos para questões contemporâneas, como isolamento, redes sociais e relações familiares modernas. A cada nova temporada, o roteiro encontra formas de manter os personagens frescos e relevantes, mesmo enquanto aborda temas universais e atemporais.
Por sua profundidade emocional, atuações primorosas e capacidade de explorar a condição humana com delicadeza, Sessão de Terapia é uma joia da televisão brasileira, comprovando que boas histórias não precisam de grandes orçamentos, mas sim de autenticidade e coração.