Desde o primeiro episódio, conseguimos entender a proposta de Westworld. A priori, a abertura já evoca temas filosóficos em sutilezas, como robôs tocando piano e fazendo sexo, trazendo à tona as questões presentes na obra-prima "Blade Runner" e em vários outros clássicos do tema: o que nos faz humanos? É possível distinguir um humano de um robô? O quão humano um robô pode ser?
Temas que se consolidam quando o pai de Dolores, ao encontrar um erro e sair de sua programação, recita Shakespeare a R. Ford, seu criador.
Ao longo do primeiro episódio, que como um ótimo piloto traz a apresentação do universo e dos principais temas a serem trabalhados, também apresenta os supostos antagonistas e protagonistas, tanto humanos quanto robôs. E no final do episódio, quando Dolores mata um inseto, já se enuncia um dos principais pilares do enredo, e numa sacada genial, no término do episódio, temos Johnny Cash cantando "Ain´t no grave", que também dá pistas sobre a trama, através da letra: "Não há nenhum túmulo que possa deter meu corpo.
Quando eu ouvir aquele som de trombeta irei surgir de dentro do chão."
Nos aspectos técnicos, o piloto se apresenta impecável, com ótimas atuações, com merecidas ressalvas a Ed Harris, que com o visual evocando o vilão do clássico "Era uma vez no Oeste", faz um ótimo trabalho, e a Rodrigo Santoro, com uma ótima cena a qual considero o destaque do episódio. Além disso, traz uma trilha sonora precisa, evocando o estilo western com sutilezas das trilhas dramáticas, além de trazer "Paint it black" e "Black hole sun" no piano do bar.
Apesar de pecar no ritmo, Westworld faz um excelente começo.
S01 Ep01 - Nota: 9.5
Já no episódio dois, vemos mais do mesmo, em uma menor intensidade, com a introdução de dois novos personagens, e o desenvolvimento da trama, que traz o despertar da consciência como principal gancho para um posterior clímax, que parece tomar um efeito cascata, aparentando ser algo maior e grave.
O episódio se perde ao desenvolver muitas narrativas ao mesmo tempo, perdendo seu ritmo e apressando sua premissa.
A exposição do arco do personagem de Ed Harris é um pouco preguiçosa aqui, porém a atuação é ótima. Não temos uma grande cena de ação ou uma grande revelação aqui, somente peças para aumentar o quebra-cabeça.
S01 Ep02 - Nota:8.0