Quem diz que The Strain traz apenas um novo conceito sobre vampiros "ou é ruim da cabeça ou doente do pé", diria Dorival Caymmi. O conceito do vampirismo simples, prático e bruto, sedento por sangue e dotado de uma evolução natural, é mais antigo que o próprio Guillermo del Toro, escritor da Trilogia da Escuridão - em parceria com Chuck Hogan, também criadores da série. Além de andar de mãos dadas com o saudosismo vampírico, a figura de um mestre - um ser superior de quem todos os outros descendem, também remonta a formação dos clãs retratados principalmente na Idade Média e mostra que a evolução acontece em estágios, demandando tempo e "alimento", por assim dizer. A Trilogia da Escuridão é uma obra incrível, mas confesso que senti falta de um pouco mais de gás dos personagens na série. O protagonista, Dr. Ephraim Goodweather (Corey Stoll), se mostrou bem mais apático que nos livros e sua companheira (quase) inseparável, Dr. Nora Martinez (Mia Maestro), é tão sem graça quanto toda a Saga Crepúsculo - onde ela estrelou outra personagem, sem sal, sem gosto, sem nada, como toda a saga. A salvação (tanto das atuações na série, como na história em si) vem das mãos (ou da espada) de David Bradley, interpretando Abraham Setrakian, um veterano de guerra que dedicou sua vida a caçar e destruir os filhos do "Mestre" e a este, principalmente. Outro intérprete em quem o papel coube como uma luva é Richard Sammel, que, na figura de Thomas Eichorst, um servo leal ao Mestre e muito desenvolvido em seus poderes, conduz a trama magistralmente, enquanto o principal vilão não é explicitado. Vale a pena assistir? SIM, CLARO! Tenho indicado a vários amigos. Mas não espere episódios movimentados, é uma série de suspense, não de terror ou ação e pode caminhar muito bem se seguir a história contada nos livros.