Clichêwood: Sem o Queens.
Para os mais desavisados, vulgo eu, a série passou totalmente despercebida e só notei, tragicamente, seis meses após o seu lançamento. Seguindo o raciocínio lógico, de quem não gosta de perder tempo com série sem-pé-sem-cabeça, a série é totalmente baseada em Plot Twist, ou seja, reviravoltas na trama. Com uma média de 45 (quarenta e cinco) minutos por episódio os últimos 3 (três) minutos tornam-se decisivos de tal forma que os outros 42 (quarenta e dois) possam ter sido apenas um simples elemento de iniciação, tornando o clímax, muitas vezes, rápido e chocante.
Não há nada de tão inovador - a direção em geral, personagens, ajustes no roteiro - parece que a série entrou totalmente gravada e não havia o que mudar, pois, o feedback dos telespectadores estava, até então, acima da média. Scream diferencia-se pelo fato, já conhecido, de ser um suspense psicológico, isto é, terror sem uso de fatos sobrenaturais, nada como "fantasmas" - ao menos que o assassino seja até tratado como um -, nada de "satanás", etc.
Usando o critério de uma chance para cada dois episódios (você divide três em chances: uma para cada dois episódios) a série me ganhou no 4° (quarto) episódio intitulado "Aftermath" ou "Seguindo", na versão traduzida para PT-BR. A partir daí tornei-me um fã-nato da série. Simplesmente "matei" o resto dos episódios no mesmo dia. É claro o uso de muitos litros de sangue e de suspense com aquele Jumpscare clássico deste gênero. A trilha sonora está muito bem acertada, inclusive, existem momentos em que ela nem aparece e deixa o silêncio absoluto tomar conta da cena.
Todos os personagens são, fundamentalmente, formados tendo como base a versão da sétima arte, esta intitulada como "Pânico" aqui em terras tupiniquins. Mas é de se dizer que são todos muito bem feitos e apenas dois (como a mãe da protagonista que irei mencionar mais para frente) e o próprio namorado deixam a desejar. Os personagens são basicamente o conceito explícito de cada um: a patricinha; voz chata e com um celular do tamanho da língua, o atleta; "Boy" da protagonista, protagonista; indefesa, e, claro, vivendo o "American Way of Life", o sabe-de-tudo; conhecedor de tudo o que "pode acontecer", etc.
O único erro em relação aos personagens trata-se da falta de imersão da mãe da Emma (protagonista) que em alguns momentos, é notório a falta de inovação, ela segue o que está no roteiro e pronto, sem muito "mimimi", sem muito "vou falar algo diferente para causar mais impacto". O público parece que nem deu tanta importância pra a mesma e, simplesmente, apenas a via e ouvia quando ela tinha de aparecer para fazer a perícia na cena de alguma morte. Se o diretor fez isso intencionalmente acertou em cheio, pois há momentos que se o roteiro fosse ajustado para que a mãe da Emma morresse e a Emma fosse descobrindo as coisas, talvez, fosse até melhor já que o ritmo apenas iria ser mais intenso, mas como já mencionado parece que a série entrou totalmente gravada e sem chance de regravação.
Scream tornou-se a série de maratona obrigatória para aqueles que gostam do gênero suspense, a segunda temporada está acertando em muitos aspectos, como em mortes inspiradas em grandes bilheterias, como diálogos mais ousados, e diga-se de passagem, personagens mais suscetíveis a morrer, aquele clima de série "arrastada", presente, por exemplo, em American Horror Story, está presente, mas de uma forma que tem que ser assim, a diferença de"AHS" é que quando tem de se encher linguiça Scream enche direito e ainda joga aquela coca-cola do lado para você se deliciar. Em suma, é um grande prazer assisti-la e poder entender o que se passa na cabeça de quase todos. Um conselho é: Não confie em ninguém: Rostinho bonito não é sinônimo de fragilidade. E isso não se aplica à protagonista.