Precisei reassistir, confiram sem espaços: h t t p s : / / rezenhando . wordpress . com /2017/07/31/rezenha-critica-true-detective-2014/
Com as notícias sobre a confirmação do elenco para a terceira temporada de True Detective e com a provável volta do detetive Rust Cohle (Méteu Macaunei) resolvi reassisti-la. Acho que esta degustação tem sido ainda melhor de quando assisti pela primeira vez, cada detalhe podendo ser apreciado por estes olhos que a terra há de comer. Confiram esta detalhada e esmiuçada “rezenha” crítica da primeira temporada de True Detective, uma das melhores séries já criadas de todos os tempos, onde somos mergulhados aos sentimentos mais amedrontadores da sociedade moderna e que ainda sim quase todos estão chafurdados nelas, a Melancolia e Desilusão…
True Detective teve uma segunda temporada (cada uma são histórias e elencos diferentes), mas que teve o azar de suceder uma primeira temporada perfeita, que chegou chegando destruindo todos preceitos religiosos e políticos e que atualmente são tabus em nossa sociedade. Tudo arquitetado e ministrado pela incrível e insuperável atuação de Matthew McConaughey (Rust Cohle) divagando por todos estes temas indo de fronte ao seu parceiro que até então seguia um caminho ideológico discrepante, uma irônica poesia.
A história é narrada por diferentes perspectivas. Ela acompanha as investigações de um crime que teria sido cometido por um assassino em série. O caso é investigado pelos detetives Rust Cohle e Martin Hart em 1995, na Louisiana. Dezessete anos depois, o caso é reaberto e os próprios detetives passam a ser questionados pela polícia, que ainda tentam prender o mesmo criminoso. Passado e presente são apresentados em paralelo.
Não pense que é mais uma obra onde uma dupla de detetives investigam um homicídio qualquer, isso milhares de filmes já fizeram e vão fazer, é uma das fórmulas mais utilizadas em Hollywood. A diferença está na produção, interpretação e roteiro, nada ali é por acaso, qualquer assunto que é riscado como um rastro de pólvora em meio à palha tem um alvo, seja lá qual seja e que momento vá encontrá-lo, esta é a diferença, tudo muito bem desenvolvido para chegar ao final e você quase enfartar de tensão e depois soltar um CARALHO de alívio.
Além de Matthew McConaughey todo o elenco está impecável, não menos Woody Harrelson que interpreta Martin Hart, intocável detetive ligado aos bons costumes que toda família católica prega e que em certo momento tudo cai por terra, poucos atores conseguem desconstruir tão bem um personagem.
A série respira o clima fúnebre desde a sua introdução e música tema, com paisagens cinzentas e em alguns momentos no tom sépia, onde os próprios personagens sabem que a cidade onde estão é apenas uma memória esquecida do que já foi uma cidade.
O ocultismo envolto ao massacre impessoal deixa o telespectador “perplecto” e grudado no sofá assistindo um episódio atrás do outro para saber onde tudo aquilo vai parar.
Fora estas qualidades que já instigam os que anseiam por uma excelente série, o que mais chamou a minha atenção é a personalidade de Rust Cohle e como ela foi criada com seus pensamentos e ideologias. Tudo que ali é dito aos quatro cantos vai de encontro com o que em muitos momentos penso sobre a vida, relacionamentos e nossa importância nesta vida. Suas divagações com Martin ou com os policiais que o interrogam em um futuro narrado são no mínimo sensacionais, não só as divagações mas o peso da atuação do cara, ali você nota a transformação de um profissional que era famoso pelos filmes românticos, e desde então, só opta por papéis com peso equivalente.
Com todo este clima fúnebre, melancólico e desterro, deixo aqui o que sempre penso sobre a vida e que também é transmitida pela série, se você quer saber se o mal ou o bem vencerá é só olhar para o céu a noite. Mesmo o mal ainda estar em vantagem, a esperança fica com as estrelas, onde cada dia nasce uma nova e aos poucos vai iluminando a escuridão. Em uma visão digamos otimista, antes tínhamos noites sob o breu absoluto, hoje não mais.
Assim como nós, o ser humano, elas lutam para permanecerem-se “acesas”, sendo notadas. E isso vai de encontro com a nossa própria noção de existência, que luta incessantemente para manter o brilho aceso, para iluminar quem realmente importa. Lutamos para não sermos engolidos pela escuridão, consumidos pela podridão.
Mesmo quando tudo parece levar para o fim, mesmo com tudo ao seu redor sendo consumido… Nós temos que sempre continuar lutando.
Minha nota é 5/5