Leila Diniz foi uma atriz brasileira. Considerada uma mulher revolucionária, ela rompeu tabus e preconceitos através de suas ideias e atitudes.
Aos 15 anos, começou a trabalhar como professora, ensinando crianças do maternal e jardim de infância e aos 17 anos, já estava casada com o diretor Domingos de Oliveira. Foi quando teve sua primeira experiência como atriz, na peça dirigida pelo marido. No ano seguinte, trabalhou como corista em um show de Carlos Machado. Em seguida fez sua estreia como atriz dramática, contracenando com Cacilda Becker em “O preço de um homem”, peça encenada em 1964.
O ano seguinte marcou o final do casamento com Domingos de Oliveira e o início da carreira na televisão. Leila começou na TV Globo, com papéis menores até trabalhar em Eu compro essa mulher, de Glória Magadan. A projeção nacional veio meses depois, com a personagem Madelon de O sheik de Agadir, da mesma autora. A partir daí, ela fez várias novelas na TV Globo, TV Excelsior e na TV Tupi: 12 ao todo.
Na televisão também foi modelo de propaganda, vendendo Coca-Cola, sabonetes e creme dental. Sua estreia no cinema foi em O Mundo Alegre de Helô (1966), dirigido por Carlos Alberto de Souza Barros. Participou da co-produção entre Brasil e México, Jogo Perigoso (1967), do diretor Luiz Alcoriza, conhecido pelo trabalho de roteirista com Luis Buñuel. Mas é com Todas as Mulheres do Mundo (1967) que Leila Diniz se projeta como atriz e personalidade, atuando numa história dirigida por Domingos de Oliveira, que incorporou claras referências à vida em comum do casal. Voltou a ser dirigida pelo ex-marido em Edu, Coração de Ouro (1967). Em 1968, Leila foi à Alemanha representar Fome de Amor, de Nelson Pereira dos Santos, no Festival de Berlim.
Em novembro de 1969, foi publicada em O Pasquim a entrevista que se tornaria histórica. Alegando razões morais, a TV Globo não renovou contrato com a atriz, que então recebeu o apoio do apresentador Flávio Cavalcanti. Em 1970, ela se tornou jurada no programa dele e passa a viver no sítio do apresentador, num momento em que é acusada de ter ajudado militantes de esquerda.
Mais tarde, Leila reabilita o teatro de revista e dá início a uma curta, mas bem-sucedida, carreira de vedete. Protagonizando “Tem banana na banda”, sempre improvisando a partir dos textos escritos por Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Ganhou o concurso de Rainha das Vedetes, recebendo o título das mãos de Virgínia Lane. Também foi eleita Madrinha da Banda de Ipanema.
Em 1971, fez uma ponta em O Donzelo, no papel dela mesma. Como protagonista atuou em Mãos Vazias (1971), primeiro filme de Luiz Carlos Lacerda, seu amigo íntimo desde a adolescência. Namorando com o cineasta Ruy Guerra, engravidou nos primeiros meses deste mesmo ano, tornando-se a grávida do ano, eleita pelo programa do Chacrinha. Exibindo a grande barriga de oito meses, foi fotografada de biquíni na praia, numa atitude inédita e audaciosa para a época.
Em novembro nasceu a filha Janaína. Depois de uma temporada de dedicação integral ao bebê, Leila voltou aos palcos do teatro de revista. No Carnaval seguinte, filmou sua última participação no cinema: Amor, Carnaval e Sonhos (1972), de Paulo César Saraceni. Em junho, deixou o Brasil para representar Mãos Vazias no Festival de Cinema da Austrália. Com saudades da filha, antecipou a viagem de volta, partindo antes do encerramento.
No dia 14 de Julho de 1972, a tragédia. O avião da Japan Airlines em que viajava explodiu no ar, quando sobrevoava Nova Délhi, na Índia. O falecimento de Leila Diniz, aos 27 anos, causou comoção nacional e deu início à formação do mito em torno da atriz.