Desde que nasceu, Carrie Frances Fisher esteve cercada por artistas. Filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds, ela sempre teve o apoio da família para seguir a carreira de atriz. Em 1975, depois de estudar na London’s Central School of Speech and Drama por um ano e meio, Carrie fez sua estreia no cinema com a comédia "Shampoo" (1975).
Apenas dois anos depois, Fisher atuou no filme que a eternizaria: Guerra nas Estrelas (1977) fez o nome da atriz que interpretou a Princesa Leia Organa ao lado de Mark Hamill e Harrison Ford. Em 1980, ela esteve na continuação de Star Wars, “O Império Contra Ataca” (1980) e atuou ao lado de John Belushi em “Os Irmãos Cara de Pau” (1980).
Na época, Fisher tinha sérios problemas com drogas e sabe-se que Belushi, que faleceu aos 33 anos por conta de uma overdose, era um companheiro de vícios. A atriz era usuária de álcool, maconha e cocaína. "Eu nem sequer gostava de cocaína, era apenas um questão de entrar em qualquer trem que eu precisasse para ficar 'alta'", disse ela tempos depois. Além disso, Carrie foi diagnosticada com transtorno bipolar, mas sempre falou abertamente sobre o assunto. Em seus últimos anos, Fisher tinha um animal de apoio emocional, um Bulldog francês chamado Gary, que ela levava para inúmeras aparições e entrevistas.
Em 1983, Carrie Fisher estrelou o terceiro filme da franquia Star Wars, “O Retorno de Jedi” (1983). Nesse longa, a atriz recebeu destaque por uma cena em que aparece usando um infame biquíni quando Leia foi acorrentada por Jabba, o Hutt. A cena é motivo de polêmica até hoje pela erotização do corpo de Fisher, que chegou a dizer em entrevistas que também não gostava do figurino: “Lute pelo seu figurino. Continue lutando contra o traje de escrava", falou.
Nesse mesmo ano, Carrie se casou com o cantor Paul Simon, mas a relação durou poucos meses e em 1984 eles se separaram. Dois anos depois, a atriz esteve no filme de Woody Allen, “Hannah e Suas Irmãs” e em 1987 publicou seu primeiro livro. Trata-se de "Postcards from the Edge", uma obra semi-autobiográfica, onde ela satiriza e noveliza sua própria história pessoal e que, em 1990, foi transformado no filme “Lembranças de Hollywood” (1990) protagonizado por Meryl Streep, Shirley MacLaine, e Dennis Quaid. O longa, que teve o roteiro feito por Carrie Fisher, lhe rendeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Roteiro Adaptado em 1991.
Além de atriz e roteirista, Carrie também trabalhava melhorando os textos de outros escritores. Tudo começou com pequenos ajustes em falas de personagens que interpretava. Até que, no início dos anos 1990, ela foi convidada por George Lucas a ajudar na escrita do roteiro de "O Jovem Indiana Jones" e, mais tarde, esteve envolvida com os Episódios I (1999), II (2002) e III (2005) de Star Wars e "Hook - A Volta do Capitão Gancho" (1991), quando escreveu cenas cômicas para Sininho, interpretada por Julia Roberts.
Em 1992, Fisher teve a filha, Billie Catherine Lourd, com o agente Bryan Lourd, que também se tornou atriz. Em 2001, Carrie Fisher escreveu, produziu e atuou no filme “As Damas de Hollywood”, estrelado por sua mãe Debbie Reynolds, Shirley MacLaine, Joan Collins e sua ex-madrasta, Elizabeth Taylor.
Em 2006, a atriz atuou e escreveu uma peça biográfica intitulada “Wishful Drinking”. Dois anos depois, Carrie lançou um livro homônimo baseado na peça que, em 2009, ganhou uma versão em áudio que foi indicado ao Grammy Awards. Em 2010, a obra também ganhou uma versão cinematográfica num documentário exibido na HBO, que rendeu a indicação de Carrie Fisher ao Emmy de Melhor Especial de Variedade, Música ou Comédia de 2011. Anos antes, em 2008, depois de uma participação na série “30 Rock”, ela havia sido indicada ao Emmy de Melhor Atriz Convidada em Série de Comédia.
Em 2015, ela participou da volta de Star Wars às telonas com o filme “Despertar da Força” (2015), dessa vez dirigida por J.J. Abrams e renomeada como General Leia. No ano seguinte, Fisher lançou sua autobiografia, “Memórias da Princesa”, em que revelou seu caso com o ator Harrison Ford, durante as filmagens do primeiro filme de Star Wars.
Carrie Fisher faleceu no dia 27 de dezembro de 2016, aos 60 anos de idade, depois de sofrer as complicações de um ataque de coração que teve quatro dias antes numa viagem de avião de Londres para Los Angeles. Sua mãe, Debbie Reynolds (84), sofreu um derrame cerebral um dia depois de sua morte e também não resistiu. Antes de morrer, a atriz gravou suas últimas cenas como Leia para o Episódio VIII de Star Wars.