Nelson Pereira dos Santos foi um diretor brasileiro, mais conhecido pelo filme Rio, 40 Graus e Vidas Secas e por ser um dos fundadores do Cinema Novo.
Nelson nasceu em 1928 e sempre foi ao cinema com o pai. Aos quinze anos de idade, se afiliou ao Partido Comunista Brasileiro e fica próximo de Astrojildo Pereira. Tempo depois, o partido encomenda um documentário sobre a história da juventude, chamado, também, "Juventude". Atualmente o documentário é considerado perdido, sem saber das cópias que sobreviveram.
Depois de graduar da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, muda-se para o Rio de Janeiro para seguir no cinema. Em 1952 foi lançado o filme "Balança, Mas Não Cai", comédia na qual atuou como assistente de direção. No ano seguinte, foi assistente de Alex Viany na produção "Agulha no Palheiro". Logo após um tempo, decidiu ir para a escola francesa de formação de cineastas, mas acabou decidindo ser crítico de cinema.
Seu primeiro longa foi Rio, 40 Graus, que foi parcialmente financiado pelo Partido Comunista e teve a música feita pelo sambista Zé Kéti, "Voz do Morro" que serviu de abertura para o filme com uma série de arranjos orquestrados. O longa também foi detido por vários meses pela polícia no Rio por conta de como o filme retratava a desiguldade social na cidade e abordava a cultura popular brasileira. Eventualmente, a informação de que o filme estava detido fez com que uma campanha fosse feita para liberar o filme em 1955.
Após o lançamento do filme, Glauber Rocha se interessa pelos filmes de Nelson e trabalha como assistente de direção no filme Rio, Zona Norte (1957). O longa conta a história do sambista Espírito da Luz (Grande Otelo) e livremente inspirado na vida de Zé Kéti. Para retribuir o favor, Nelson vira montador no primeiro filme de Glauber, Barravento (1962).
Nelson Pereira dos Santos também foi professor de cinema da Universidade de Brasília, tendo lecionado para a diretora Tizuka Yamasaki, que foi sua aluna e participante da produção "Fala, Brasília" (1966). Também foi fundador do cinema do Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense e do curso de graduação em Cinema da UFF, atuando como professor de Arte e Comunicação Social também.
Em 2006, foi o primeiro diretor de cinema a ocupar a cadeira da Academia Brasileira de Artes.
Suas outras obras são: Mandacaru Vermelho (1961), Boca de Ouro (1962), O Amuleto de Ogum (1974), Tenda dos Milagres (1977), A Terceira Margem do Rio (1994) e entre outros.
Em 2018, o diretor veio a falecer após 40 dias depois de descobrir um câncer de fígado e em deocrrência a falência múltipla de órgãos em consequência de uma pneumonia.