- Filho de Caetano Mauro, imigrante italiano, e de Tereza Duarte, mineira culta e poliglota. Nasceu numa fazenda de Volta Grande, perto de Cataguases, na Zona da Mata do estado de Minas Gerais.
- Aos 13 anos vai morar em Cataguases.
- Inicia como ator de teatro amador na revista “Ao Correr Da Fita”, em 1914.
- Tocava violino e bandolim e fez um curso de eletromecânica por correspondência. Seu 1º empreendimento foi uma oficina, responsável pela instalação da eletricidade em muitas fazendas na Zona da Mata. Também construiu o 1º aparelho de recepção radiofônica da cidade onde morava. Vem dessa época a paixão pelo radioamadorismo, que conservou para sempre.
- Em 1916 mudou-se para o Rio de Janeiro, com o objetivo de trabalhar numa oficina de enrolamento de motores e transformadores. Paralelamente foi atleta do Vila Isabel, time de futebol onde foi goleiro, jogador de xadrez e lutador de boxe e luta romana.
- Em 1918, depois de trabalhar na Light e no Lloyd Brasileiro, ainda no Rio de Janeiro, retornou a Cataguases, e, em fevereiro de 1920, casou-se com Dona Bebê (Maria Vilela de Almeida), sua única esposa durante toda a vida.
- Inicia no cinema com uma câmera em 9,5 mm, passando a fazer curtas como "Valadão, O Cratera", em 1925.
- Apoiado pelo comerciante Homero Cortes Domingues, inicia a produção de "Os Três Irmãos", que não chegou a ser concluído. Com a adesão de Agenor Cortes de Barros, a equipe formalizou a criação da empresa produtora Phebo Sul America Film.
- Seu 1º longa-metragem data de 1926, "Na Primavera da Vida". Com ele surgiu a 1ª musa do cinema brasileiro, Eva Nil, filha de Pedro Comello, que abandonou a carreira artística rapidamente.
- O filme seguinte, "Thesouro Perdido", foi um dos preferidos de Mauro. No elenco, além da sua mulher, que trabalhou com o pseudônimo de Lola Lys, em sua única incursão cinematográfica atuou seu irmão Chiquinho, no papel de galã, e o próprio cineasta, interpretando o vilão. Foi nessa ocasião que Comello deixou de participar da equipe e Mauro, juntamente com os outros dois sócios, decidiu transformar a produtora em sociedade anônima para captar recursos.
- Empreendedor pioneiro, realizou filmes nos vários momentos em que o cinema de ficção parecia nascer ou renascer das próprias cinzas - do ciclo regional em Cataguases nos anos 20 (5 filmes), passando pelo sonho conjunto com Adhemar Gonzaga na Cinédia entre 30 e 33 (3 filmes), onde dirigiu seu filme mais conhecido e reconhecido - "Ganga Bruta" (1933), com música de Radamés Gnatalli e do próprio cineasta e a participação da conhecida atriz Déa Selva.
- "Voz do Carnaval", inspirado numa história de Joracy Camargo, lançou Carmem Miranda no cinema e foi o último trabalho de Mauro para a Cinédia.
- Depois de ter enfrentado dificuldades financeiras por causa das poucas oportunidades de trabalho oferecidas pelo mercado cinematográfico, Mauro aceitou dirigir alguns documentários para Carmen Santos. Entre 1934 e 1935 filmou "As Sete Maravilhas do Rio de Janeiro", "Inauguração da Sétima Feira Internacional de Amostras da Cidade do Rio de Janeiro", "General Osório" e "Pedro II".
- Realizou com a atriz e produtora Carmen Santos seu filme de maior sucesso de público, "Favella dos Meus Amores (1935)", e "Cidade Mulher" (1936), ambos perdidos num incêndio da Brasil Vita Filmes.
- Em 1937, dirigiu "O Descobrimento do Brasil" para o Instituto do Cacau da Bahia. Em 1940 fez "Argila".
- Em 1952 criou seu próprio estúdio, o Rancho Alegre, reatando os laços com a cidade natal, Volta Grande, onde filmou "Canto da Saudade", seu último longa-metragem.
- Entre 1936 e 1967 foi o cineasta responsável pela realização de 357 filmes do Instituto Nacional de Cinema Educativo, criado pelo Ministério da Educação e Saúde de Gustavo Capanema e dirigido pelo antropólogo Edgard Roquette-Pinto até 1947. Se os catálogos dão conta dessa quantidade de filmes, é possível assistir a 80 deles entre os acervos da Cinemateca Brasileira em São Paulo e o CTAV - Centro Técnico Audiovisual da Funarte no Rio de Janeiro. Muitos dos filmes se perderam ainda na vigência do próprio INCE por problemas de conservação, mas restam ainda muitas matrizes conservadas que podem vir a ser tornados positivos.
- Depois de se aposentar no INCE realizou, entre os anos de 1952 e 1967, dezenas de curtas-metragens. Mas sua contribuição ao cinema brasileiro não se esgota aí. Mauro foi ator em "Memória de Helena" (David Neves, 1969); autor dos diálogos em tupi-guarani de "Como Era Gostoso o Meu Francês" (Nélson Pereira dos Santos, 1971) e "Anchieta, José do Brasil" (Paulo Cesar Saraceni, 1978); e colaborou, ainda, no argumento e no roteiro de "A Noiva da Cidade" (Alex Viany, 1979).
- Falece no dia 5 de novembro de 1983, aos 86 anos de idade, na cidade onde nasceu. Coincidentemente na data em que se comemora o dia Nacional da Cultura, do Cinema Brasileiro e do Radioamador.