Mundialmente aclamado pelo seu trabalho como diretor, Manoel de Oliveira começou sua carreira diante das câmeras. Com 20 anos de idade, ele entrou para a escola de atores fundada por Rino Lupo e chegou a atuar em 11 produções, entre elas A Canção de Lisboa (1933), um dos primeiros sonoros portugueses.
Seu primeiro trabalho na cadeira de diretor foi no documentário em curta-metragem Douro, Faina Fluvial (1931), que foi elogiado pela crítica. Em seguida, ele produziu vários outros curtas, se aventurando nos longas somente 11 anos depois, com Aniki Bóbó (1942), adaptação ao cinema do conto Os Meninos Milionários. Depois disso, Manoel ficou afastado da carreira cinematográfica, só retornando em 1956 com o curta O Pintor e a Cidade. Mas também, depois dessa pausa, ele não parou mais. Inclusive, a partir da década de 80, o diretor tentou manter uma rotina de fazer um filme por ano.
Entre suas obras mais famosas e cultuadas estão Francisca (1981), O Sapato de Cetim (1885) Non, ou a Vâ Glória de Comandar (1990), A Divina Comédia (1991), A Carta (1999), Vou Para Casa (2001) e Um Filme Falado (2003). Em 2006, realizou Sempre Bela, continuação para o clássico de Luis Buñuel, A Bela da Tarde (1967).
Ao longo de seus 86 anos de carreira, ele esteve por trás de 62 produções e venceu mais de 40 prêmios, sendo dois deles no Festival de Berlim e cinco no Festival de Cannes. Ele também foi aclamado pelo Festival de Veneza, chegando a fazer parte do júri do evento em 1981. Fez parcerias com vários atores, principalmente com Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira e com seu neto Ricardo Trêpa. Manoel ainda trabalhou com outros grandes nomes do cinema como Catherine Deneuve, Marcello Mastroianni, John Malkovich e Lima Duarte.
Além de seu trabalho atrás das câmeras, ele também produtor, editor, roteirista, professor honorário da Academia de Cinema de Skopje e recebeu, no ano de 2008, o Prêmio Mundial do Humanismo. Em 2001, Manoel de Oliveira se tornou o diretor de cinema mais velho em atividade, posto que manteve até sofrer uma parada cardíaca e falecer no dia 2 de abril de 2015, aos 106 anos. Seu último filme foi o curta O Velho do Restelo (2014).