Ruy Guerra é um cineasta, poeta, dramaturgo e professor luso-brasileiro. Nascido em Lourenço Marques (Hoje Maputo), Moçambique, então colônia portuguesa em 1931, está radicado no Brasil desde 1958. Mais conhecido como diretor, Ruy Guerra também atua como montador, diretor de fotografia, produtor e ator. É praxe sua ser roteirista ou co-roteirista dos filmes que dirige. Tendo filmado em muitos países, é geralmente associado ao cinema brasileiro, como um dos pioneiros do Cinema Novo dos anos 60.
Ainda adolescente já publicava críticas de cinema, contos e crônicas e fazia filmes em 8mm. Era ativista político, participando de movimentos anti-racistas e pró-independência antes de deixar seu país, aos 19 anos. De 1952 a 1954 estudou arte cinematográfica em Paris, no IDHEC (Instituto de Altos Estudos Cinematográficos), e começou a trabalhar na França, como assistente de câmera e assistente de direção.
Radicado no Brasil aos 27 anos, rodou seu primeiro filme não-documentário, Os Cafajestes (1961), e se destacou em todo o país. Seu filme seguinte, Os Fuzis (1963), é considerado um dos clássicos da estética da fome associada ao Cinema Novo. No final dos anos 70, com a independência de Moçambique, retornou à sua terra natal para participar da criação do Instituto Nacional de Cinema moçambicano.
Dirigiu e escreveu peças teatrais e colaborou como letrista junto a grandes nomes da MPB, como Edu Lobo, Francis Hime, Milton Nascimento e Chico Buarque. Entre 94 e 98 assinou uma crônica semanal no jornal O Estado de São Paulo e foi diretor do Curso Superior de Cinema na Universidade Gama Filho, lecionando sobre linguagem cinematográfica. Foi o realizador que mais levou à tela trabalhos de Gabriel García Márquez, de quem ficou amigo desde 1972.