Fernanda Montenegro nasceu Arlete Pinheiro Esteves da Silva e adotou o nome artístico de Fernanda Montenegro logo no início de sua carreira, no rádio. É considerada a grande dama do cinema e da dramaturgia do Brasil. Foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz, por seu trabalho em Central do Brasil (1998). A indicação também foi histórica, por Fernanda ter sido a única atriz indicada ao Oscar por uma atuação em língua portuguesa. Fernanda também foi a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013) e a primeira mulher eleita para a cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Letras, em 2021, se tornando uma "imortal". A atriz também é considerada uma das grandes damas do teatro brasileiro.
Fernanda nasceu em Cascadura, subúrbio do Rio de Janeiro, em 16 de outubro de 1929. Sua mãe era dona de casa e o pai mecânico. Aos 15 anos, ainda no Colégio Pedro II, Fernanda se inscreveu em um concurso para locutores, na Rádio do Ministério da Educação e Cultura, a Rádio MEC, e ali ficou por dez anos, como locutora e atriz de rádio-teatro. Na mesma época, também começou a escrever. Ao lado da Rádio MEC havia um grupo de teatro amador da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, onde Fernanda deu seus primeiros passos nos palcos, participando futuramente do Teatro Ginástico.
Em 1951, foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi. Ainda na década de 1950, fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Em 1959 formou sua própria companhia teatral, a Companhia dos Sete, em parceria com seu marido Fernando Torres. Dessa união nasceram dois filhos: Cláudio e Fernanda, também atriz. Em 1965, Fernanda Montenegro fez sua estréia na recém-criada TV Globo, mas alcançando grande reconhecimento nacional na teledraturgia da emissora, sobretudo, a partir dos anos 1980, construindo uma carreira sólida na TV, em novelas como Baila Comigo (1981), Guerra dos Sexos (1983), Cambalacho (1986), Sassaricando (1988), Rainha da Sucata (1990) e muitas outras. No cinema, atuou em clássicos nacionais, como Eles Não Usam Black-Tie (1981), O Que É Isso, Companheiro? (1997), O Auto da Compadecida (2000), além de O Tempo e o Vento (2013), A Vida Invisível (2019) e quase 50 outros filmes.
Dentre os inúmeros prêmios nacionais e internacionais que recebeu em seus mais de setenta anos de carreira, em 1999, foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, além de ter sido cinco vezes homenageada com o Prêmio Molière, ter recebido três vezes o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, a atriz ganhou ainda o Urso de Prata no Festival de Berlim de 1998 pela interpretação de "Dora" no filme Central do Brasil de Walter Salles, e em 1999, o Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático. Recebeu também vários prêmios da crítica norte-americana, no mesmo ano. Em 2013, foi eleita a 15ª celebridade mais influente do Brasil pela revista Forbes. Durante a Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Fernanda leu o poema "A flor e a náusea", de Carlos Drummond de Andrade. Em 2019, a atriz lançou sua autobiografia, pela Companhia das Letras, intitulada "Prólogo, ato, epílogo: Memórias".