Todas as Flores é o nome da próxima novela da Globo. Diferente de outras produções do gênero, a sua exibição não deve acontecer na TV aberta, já que a trama foi desenvolvida para o streaming. Parte dessa inovadora empreitada está um elenco estelar conhecido do horário nobre, com nomes como Regina Casé, Sophie Charlotte, Fabio Assunção, Mariana Nunes e Letícia Colin.
A trama Original Globoplay foi pensada e desenvolvida para o streaming e faz parte da jornada da emissora em se tornar uma empresa mediatech, em que o conteúdo somado à tecnologia são essenciais para a criação de séries e novelas. A história é a segunda produzida diretamente para o streaming, seguindo um formato inaugurado por Verdades Secretas 2 na plataforma.
Todas as Flores: Novela da Globoplay foca em diversidade ao conduzir trama centrada em personagens com deficiência visual (Entrevista)Durante um bate-papo com o elenco, o AdoroCinema conversou com Regina Casé sobre sua personagem, Zoé. Encarada com a primeira grande vilã da atriz, a antagonista se distancia de todas os papéis vividos pela artista até o momento. Sobre a mudança radical após Amor de Mãe, a eterna Lurdes enxerga que a mudança traz uma interessante ruptura em sua carreira.
“Acho que a transição é brusca não só de Amor de Mãe, mas da minha carreira todinha. É engraçado, quando eu brinco que nunca fiz uma rica, na verdade eu nunca nem fiz uma pessoa de classe média. Fiz cortadoras de cana, babás, muitas empregadas domésticas, mulheres que trabalhavam muito, mulheres do povo”, explica Regina sobre estrear como a implacável vilã.
Ela explica que além de não ser empática como outras personagens, ela se distancia da dramaturgia que esteve envolvida ao longo dos últimos anos, onde mesmo quando não era autora do papel, como no caso da novela de Manuela Dias, ela “podia assinar embaixo” dos comportamentos e discursos de suas personagens.
Eu sempre me orgulhei muito de não só estar representando essas mulheres que eu fiz, como estava dentro daquele mesmo lugar, falando quase com as minhas palavras. Acho que a grande ruptura foi essa, mais do que uma personagem boazinha para uma má, disse.
A humanidade da vilã
Durante a coletiva, ainda respondendo ao AdoroCinema, Regina Casé ainda se comparou com Zoé e fez questão de detalhar como a construção da personagem a permite humanizá-la a partir do texto de João Emanuel Carneiro e também de um elemento que está presente em grande parte de sua carreira: o humor.
“A Zoé representa o contrário do que eu penso, o contrário do que eu prego, do que eu luto. Isso tudo foi muito difícil. Talvez tenha sido a primeira vez que isso aconteceu. Olha que louco!”, refletiu a atriz fazendo um retrospecto da carreira.
“Agora, eu procuro colocar humanidade na Zoé o tempo todo, não é defender ela. Acho que tem uma instância, uma camada permanente de que ela é engraçada, de que ela é viva, é carismática. De que ela poderia ter sido outra pessoa. Isso é o que eu acho bonito e é o que tenho tentado trabalhar”, detalha a atriz. “É isso que eu procuro em todos os seres humanos. Qual teria sido a outra possibilidade dessa pessoa por pior que ela me pareça? Acho que a gente deve procurar isso nos outros até não poder mais. Com ela estou fazendo isso o tempo todo. Não é defender, mas procurar essas outras coisas - e ela tem demonstrado através do texto do João, da minha construção. Essas instâncias e essas camadas estão presentes o tempo todo.”
Prisão de José Dumont obriga Globo a mudar rumos de Todas as Flores, nova novela; entenda as mudançasPor fim, Regina ainda adianta que apesar da vilania em que Zoé se encontra, há momentos que serão aliviados com humor. “Uma coisa que não consigo tirar é o humor. O humor não desmerece, não tira o lado trágico. Ao contrário, estão muito próximos. Não acho que o humor seja menor do que o drama, do que a tragédia. Então, tento colocar mesmo nas cenas mais pesadas ou difíceis, essa possibilidade de você ver aquilo de um outro cantinho ou de outro jeito que possa parecer engraçado. É que graça para mim não é necessariamente só o riso, é graça, é vida. Acho que a Zoé é cheia de vida, ela quer viver. Mas acho que o jeito que ela escolheu para viver, como está ganhando a vida, vamos dizer que não é muito legal”, finalizou a artista.
Qual é a história de Todas as Flores?
Assinada por João Emanuel Carneiro, o mesmo autor do fenômeno ‘Avenida Brasil’, ‘Todas as Flores’ é um conto de fadas moderno, um thriller contemporâneo regado por histórias de amor, vingança e redenção. Maíra (Sophie Charlotte) foi criada pelo pai, acreditando que a mãe tivesse morrido. Uma mentira que o seu pai contou para proteger a filha do desprezo da mãe, que a rejeitou quando nasceu.
Muitos anos depois, Maíra depara-se com uma desconhecida à sua porta. É Zoé (Regina Casé), a sua mãe. Sem revelar a sua verdadeira intenção, Zoé reaparece pedindo perdão à filha por tê-la abandonado. E o que seria um recomeço feliz ao lado da sua família cedo se transforma numa longa e perigosa jornada para Maíra.
Os primeiros episódios de Todas as Flores chegam ao catálogo do Globoplay em 19 de outubro, próxima quarta-feira.