Primeiro, foi o inesquecível Casamento Vermelho. Depois, o Casamento Roxo. Agora, House of the Dragon celebrou um novo matrimônio, que, como de costume no universo criado por George R.R. Martin, foi marcado por violência, sangue e fatalidade. Alguns chamam de “Casamento Verde”.
Exibido no último domingo (18), o 5º episódio do spin-off de Game of Thrones antecede um salto de 10 anos que nos obriga a dizer adeus às atrizes Milly Alcock e Emily Carey como a princesa Rhaenyra Targaryen e a rainha Alicent Hightower. Quem assume os papéis na fase adulta são Emma D’Arcy e Olivia Cooke, respectivamente.
O capítulo também confirma a partida do ator Solly McLeod, após a morte brutal de Joffrey Monmouth, amante de Laenor Velaryon (Theo Nate), nas mãos de Sor Criston Cole (Fabien Frankel).
House of the Dragon: Milly Alcock amou um detalhe de Rhaenyra Targaryen, mas depois ficou decepcionadaO confronto acontece durante o noivado de Rhaenyra e Laenor, arranjado pelo rei Viserys I Targaryen (Paddy Considine). Uma festividade que deveria durar sete dias e que azeda logo na primeira ocasião. Como se não bastassem o fim trágico de Joffrey e a dor que isso causa a Laenor, vimos uma preocupante reaproximação entre Rhaenyra e seu tio Daemon (Matt Smith), bem como um agravamento do estado de saúde do atual monarca.
Mas por que o título de "Casamento Verde"? Porque, além da briga, um dos pontos altos do evento foi justamente a cor do vestido de Alicent, um modelo verde que difere completamente das roupas que ela usava até então e cuja simbologia não é pouca.
De fato, desde que Alicent deixou de ser a melhor amiga de Rhaenyra e se tornou a rainha de Westeros, seu figurino migrou para o preto e vermelho – as cores oficiais da Casa Targaryen. Por que ela resolve então trocar de paleta?
O VERDE E O PRETO: A GUERRA ESTÁ FORMADA EM HOUSE OF THE DRAGON
Conforme explicado por Larys (Matthew Needham) e Harwin Strong (Ryan Corr), o verde tem um significado especial para a Casa Hightower, à qual Alicent e seu pai Otto (Rhys Ifans) pertencem. Em sua cidade natal, Vilhavelha, a luz verde de seu farol representa o chamado às armas – e, como tal, parece que a escolha do traje de Alicent está longe de ser casual.
Com seu pai demitido do cargo de Mão do Rei e com Rhaenyra consolidando seu poder como herdeira graças ao matrimônio, Alicent sabe que sua situação é vulnerável e decide responder com uma afronta.
Esse detalhe chamou a atenção não só dos espectadores, como também dos fãs dos livros de Martin. Afinal, em “Fogo & Sangue” (2018), as cores dos vestidos de Alicent e Rhaenyra são o pontapé para uma importante reviravolta em Westeros: a rivalidade entre as duas mulheres. Na obra literária, porém, o choque cromático não ocorre durante o noivado de Rhaenyra, e sim em uma das bodas de Alicent e Viserys:
No ano de 111 d.C. [depois da Conquista], um grande torneio foi realizado em Porto Real no quinto aniversário do casamento do rei com a rainha Alicent. No banquete de abertura, a rainha usava um vestido verde, enquanto a princesa estava vestida dramaticamente em vermelho e preto Targaryen. Tomou-se nota e, a partir de então, virou costume referir-se a 'verdes' e 'pretos' quando se fala de partidários da rainha e partidários da princesa, respectivamente.
Assim, de acordo com a mitologia de Martin, os verdes apoiam Alicent e seu filho Aegon II como o sucessor legítimo ao Trono de Ferro, enquanto os pretos defendem Rhaenyra. Certamente, o uso de cores nos próximos episódios, nos quais a tensão deve levar à guerra civil conhecida como “Dança dos Dragões”, promete ser bastante interessante.