Assim como House of the Dragon, O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder só revelou sua abertura no segundo episódio. Baseada nos apêndices da trilogia escrita por J.R.R. Tolkien, a série do Amazon Prime Video explora os eventos da Segunda Era da Terra-média, milhares de anos antes das adaptações cinematográficas dirigidas por Peter Jackson. É claro que os créditos iniciais se relacionam com esse período, mas o que de fato significam?
Comecemos pela música-tema, composta pelo canadense Howard Shore – o mesmo de O Hobbit e O Senhor dos Anéis. A função Raio-X do Prime Video nos explica: “A música permeia todas as culturas do mundo, até mesmo a Terra-média.”
Já o estúdio por trás da vinheta, Plains Of Yonder, aprofunda a escolha da canção e as referências que ela carrega. “Queríamos mostrar um universo que fosse ao mesmo tempo atemporal e primitivo”, anuncia o site oficial. “Inspirados pelos Ainur de Tolkien, seres angelicais imortais que cantam uma música tão linda que o mundo é feito desse som, criamos uma abertura feita justamente do mundo do som.”
O Senhor dos Anéis - Os Anéis de Poder: Assim são os atores na vida real; alguns são BEM diferentes da sériePara os que não estão familiarizados com a mitologia de Tolkien, os Ainur são descritos no livro “O Silmarillion” como as primeiras criaturas moldadas por Eru Ilúvatar, o equivalente a Deus. Desse grupo fazem parte os célebres Valar (entre eles Morgoth) e os menos poderosos Maiar (incluindo Sauron e magos como Gandalf). Seu canto dá origem a Eä (o universo) e Arda (o mundo).
Passemos então às imagens, formadas pelo que parece ser pó de ouro. Segundo o Plains Of Yonder, a abertura foi concebida a partir da cinemática, quer dizer, o fenômeno natural que torna o som visível aos olhos. “Vibrações de partículas finas em uma superfície plana mostram padrões simétricos notáveis que refletem as frequências de áudio. Para nós, meros mortais, a cimática é como mágica”, explica o site do estúdio.
E continua: “A sequência evoca uma força antiga e invisível lutando para ser vista. Os reinos insondáveis do som criam visões fugazes de conflito e harmonia que se desdobram no tempo com a música de Shore.”
Assim, vemos vários círculos de “areia” que representam sobretudo os Anéis de Poder, mas que também assumem a forma das duas árvores de Valor, Laurelin e Telperion. De um determinado ponto em diante, percebemos que grânulos pretos invadem o mar dourado e o desarrumam completamente, demonstrando como as forças do mal ameaçam a beleza e a paz da Terra-média.
Dito isto, podemos concluir que a vinheta do seriado promove um diálogo direto com a saga literária de Tolkien, reafirmando sua mensagem principal – a de que o poder corrompe o espírito.
Agora que você já sabe o verdadeiro significado, fique atento aos créditos iniciais quando aparecerem nos próximos episódios, lançados toda sexta-feira.