Durante a San Diego Comic-Con 2022, o autor George R.R. Martin revelou que House of the Dragon, spin-off de Game of Thrones que estreia neste domingo (21), é inspirado em um turbulento momento histórico vivido pela Inglaterra no século 12. Trata-se do fim do reinado de Henrique I, que deu lugar a um período conhecido como “A Anarquia”.
Antes de entender esse fenômeno, vale lembrar que a nova série da HBO Max gira em torno da princesa Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock/Emma D’Arcy), filha mais velha do rei Viserys I (Paddy Considine) e Aemma Arryn. Depois que sua mãe e seu irmão morrem no trabalho de parto, seu pai se casa com Alicent Hightower (Olivia Cooke), filha de Otto Hightower (Rhys Ifans), a Mão do Rei.
Alicent têm quatro filhos com Viserys: Aegon II Targaryen (Tom Glynn-Carney), Helaena Targaryen (Phia Saban), Aemond Targaryen (Ewan Mitchell) e Daeron Targaryen.
House of the Dragon: Este é o único personagem do spin-off de Game of Thrones em que você pode confiarTudo se complica quando Viserys escolhe Rhaenyra como herdeira do Trono de Ferro. Primeiro há uma resistência por ser uma mulher; depois há o fato de que o príncipe Daemon Targaryen (Matt Smith) – irmão mais novo de Viserys e, portanto, tio de Rhaenyra – também quer ocupar o assento mais importante de Westeros. Como se não bastasse, Alicent está determinada a colocar seu filho Aegon II no poder.
Assim eclode uma disputa marcada por alianças, traições, muita violência e, claro, dragões. Mas onde a ficção e a realidade se misturam?
GUERRA CIVIL ENTRE PRIMOS INSPIROU A TRAMA DE HOUSE OF THE DRAGON
Tudo começou com uma tragédia familiar: em 1120, William Adelin, o único filho homem legítimo do monarca, morreu em um naufrágio. Henrique escolheu então sua filha, a imperatriz Matilda, como sua sucessora.
Ele fez sua corte jurar lealdade a ela e também arranjou um segundo casamento para ela com Godofredo V, o Conde de Anjou. Apesar de os desejos do rei serem claros, os nobres não viram com bons olhos a coroação de uma mulher.
Em 1135, Henrique veio à óbito após adoecer inesperadamente, o que serviu como pontapé para uma guerra civil pelo direito ao trono. Quem assumiu não foi Matilda, e sim Estêvão de Blois, sobrinho de Henrique e, portanto, primo da herdeira legítima.
Para usurpar o poder, ele contou com a ajudinha do irmão mais novo, Henrique de Blois. Afinal, este último era ninguém menos que o Bispo de Winchester, um dos cinco cargos mais importantes da Igreja Anglicana.
Divulgação/HBO Max
Ainda que tivesse o apoio do clero e da nobreza, Estêvão logo se viu ameaçado pela reivindicação de Matilda. Seu regime também foi caracterizado por uma onda de agitação social, fragmentação política e colapso da lei e da ordem – daí a denominação "A Anarquia".
Diz-se que, ao contrário de seu antecessor, Estêvão tinha uma personalidade bastante afável, mas sua incapacidade de tomar decisões difíceis acabou trazendo caos para sua gestão. Os nobres se aproveitaram de sua fraqueza para expandir seu patrimônio, construindo castelos sem autorização e controlando a população local com mãos de ferro.
House of the Dragon mostrará um Daemon Targaryen extremamente violento e sádico, diz Matt SmithEmbora Estêvão nunca tenha renunciado à coroa, talvez Matilda tenha rido por último. Isso porque seu filho mais velho, Henrique Plantageneta, substituiu o monarca depois que o filho dele, Eustace, morreu repentinamente. Em outubro de 1154, após o falecimento do próprio Estêvão, Henrique se tornou Henrique II, o primeiro dos reis angevinos.
E o melhor de tudo: foi Estêvão quem assinou o Tratado de Wallingford, segundo o qual aceitaria tal sucessor desde que pudesse governar até seu último respiro.
Achou parecido com a trama de House of the Dragon? Quem sairá vitorioso na ficção: Rhaenyra, Daemon ou Aegon II?
