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    Pantanal: “Faria qualquer papel”, admite Marcos Palmeira sobre participar das duas versões da novela

    Ator interpretou Tadeu na produção de 1990 e agora vive José Leôncio, o pai do peão.

    No ar desde o dia 28 de março, o remake de Pantanal segue firme e forte em sua segunda fase, marcada por um salto de 20 anos e uma mudança completa no elenco. Originalmente escrita por Benedito Ruy Barbosa e exibida em 1990, pela extinta Rede Manchete, a trama das 9 agora é adaptada por seu neto, Bruno Luperi, e não poderia estar fazendo mais sucesso. A ponto de reviver a tradição familiar de se reunir diante da TV para assistir a uma novela.

    Quem conhece muito bem o impacto de Pantanal na vida dos brasileiros e na história da nossa teledramaturgia é Marcos Palmeira. Se hoje ele interpreta o protagonista José Leôncio, vale lembrar que na primeira versão encarnou Tadeu, o filho de criação do fazendeiro. No troca-troca, Marcos pegou o lugar de Cláudio Marzo, que morreu em 2015, enquanto José Loreto assumiu seu antigo posto.

    Homenageado com o Troféu Oscarito na 50ª edição do Festival de Cinema de Gramado, Marcos aproveitou o evento para responder a algumas perguntas relacionadas a Pantanal. É claro que o AdoroCinema estava presente na ocasião e veio contar tudo para vocês!

    “Trinta anos depois, e eu aqui fazendo o papel do meu pai, do Cláudio, um ator que sempre foi uma referência para mim e que, inclusive, teve suas cinzas jogadas no Pantanal”, reflete Marcos, definindo seu retorno como uma grande homenagem.

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    “Quando eu soube do remake, fiquei louco, nervoso, suando frio. Eu falei com o Bruno que faria o personagem que ele quisesse, qualquer papel”, lembra o ator. “Mesmo se não tivesse nada para mim, eu me coloquei à disposição para ajudar o elenco nesse universo pantaneiro. Até uma árvore eu faria, o cavalo, o coco do cavalo do Zé Leôncio”, brinca ele.

    Marcos então conta que recebeu uma ligação do diretor artístico Rogério Gomes, o Papinha, que lhe pediu para ler um poema de Manoel de Barros. “Como não sou contratado da Globo, logo imaginei que ele estivesse me puxando para alguma novela. Quando tive a confirmação, comecei a pular, fiquei em euforia, como se fosse uma criança ganhando um grande presente de Natal”, assim descreve sua reação.

    “Quando eu li o texto, não tive mais dúvidas do que eu precisava fazer esse personagem e de que estava pronto. No entanto, foi quando li as cenas do Tadeu que me dei conta de que eu estava lendo o Zé Leôncio como o jovem Tadeu, e não como um senhor de 50, 60 anos”, admite Marcos. “Portanto, o remake serviu para mostrar que o tempo passou.”

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    Em seguida, o ator comentou as diferenças entre as duas versões de Pantanal, atentando para o fato de que a original transformou o fazer televisivo no Brasil ao aproximar-se do cinema. “Foi a primeira novela toda gravada fora dos estúdios, em externas. Foi muito rico naquele momento, uma verdadeira mudança”, avalia ele.

    Marcos explica que a Globo ficou com o projeto parado durante sete meses, até que a Manchete o tomou para si, acreditando na história de Benedito e fazendo com que o público enfim trocasse de canal. A popularidade foi imediata:

    Como não existia rede social, eu me lembro de pousar no aeroporto de Campo Grande [no Mato Grosso do Sul] e ver uma galera esperando os meninos do Menudo. A gente nem saía do aeroporto, porque a gente tinha que pegar um avião menor para chegar [nas locações]. Aí desceram Juma e Jove, vividos por Cristiana Oliveira e Marcos Winter. Enquanto eles andavam na pista, a massa gritava: ‘É a Juma! É o Jove!’ A gente só conseguia pensar: ‘Que loucura, somos um sucesso!’

    O ator ainda defende o remake alegando que o mesmo trouxe novas camadas para a trama, como a homofobia, a misoginia e o armamento. Ele cita Maria Bruaca, personagem que passou pelas mãos de Ângela Leal para cair no colo de Isabel Teixeira. “Trinta anos atrás, ela foi vaiada, criticada. Agora é o contrário: ela é uma revolucionária, uma mulher moderna. Então você vê como a sociedade mudou muito.”

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    “Eu sabia que a nova versão daria certo, mas eu não tinha noção desse sucesso todo, fora da própria novela. O Benedito fala de sentimentos simples, com personagens que são inseguros, carentes, meio errados – assim como a gente. Não existe herói; a gente luta diariamente para errar cada vez menos. Para mim, esta é a vantagem de ficar mais velho: tornar-se uma pessoa melhor”, completa Marcos.

    Pantanal (2022)
    Pantanal (2022)
    Data de lançamento 2022-03-28
    Séries : Pantanal (2022)
    Com Marcos Palmeira, Alanis Guillen, Jesuíta Barbosa
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