Uma das séries brasileiras mais queridinhas do catálogo da Netflix, Bom Dia, Verônica retornou para a segunda temporada com uma nova investigação para a protagonista interpretada por Tainá Muller e um vilão tão assustador quanto o antigo personagem de Edu Moscovis na temporada lançada em 2020. E para quem já maratonou todos os novos episódios, a perspectiva é positiva: o autor da série Raphael Montes tem planos para a sequência.
Com Reynaldo Gianecchini no papel de um sombrio líder religioso nesta nova história, Bom Dia, Verônica deixou grandes portas abertas para uma possível terceira temporada. Por enquanto, a Netflix ainda não oficializou o futuro da trama, mas em entrevista ao AdoroCinema, o criador da série afirmou que está mais do que disposto a retornar ao universo de Verônica nas telas - e que quer trazer mais vilões.
“Temos altos planos e muita vontade de fazer. Fico na torcida para que as pessoas maratonem Bom Dia, Verônica e comentem muito sobre. Uma vez que o público queira e peça à Netflix, eu estarei aqui para criar uma terceira temporada com um vilão ainda pior”, disse. Na segunda temporada, Matias (Reynaldo Gianecchini) vende uma imagem messiânica e bondosa que esconde uma realidade terrível: o líder religioso abusa física e psicologicamente de diversas mulheres.
Raphael Montes nos conta que o personagem não foi inspirado em uma pessoa específica, mas traz elementos de figuras reais conhecidas. “As referências, infelizmente, são muitas. Desde o início, queríamos deixar claro que não estamos falando de uma religião em específico porque o problema não é a religião. É o líder religioso que faz uso do poder para cometer crimes. Lemos e consumimos todas essas referências e aí, sim, tem um quê de João de Deus, Osho, de outros líderes”, explica.
Um dos mais notórios casos brasileiros, o suposto médium João de Deus ofereceria tratamentos espirituais a centenas de mulheres e, nas consultas, abusava sexualmente delas - história contada no documentário Em Nome de Deus, do Globoplay. Já Osho foi um conhecido guru indiano que criou uma comunidade gigante de seguidores e os submetia a todo tipo de violência física e psicológica. A história dele foi tema da série documental da Netflix Wild Wild Country.
Assim, Matias surgiu como um conjunto dessas referências, mas com elementos únicos. “Temos casos de gurus, massagistas, médicos… Pessoas que ocupam um lugar de poder, de autoridade, para cometer sexuais. Mas o mais interessante para a gente era criar algo absolutamente novo. O Matias foi criado muito em conjunto. Primeiro por nós [roteiristas], depois pelo Giane, quando ele entrou, com a direção, com nossa figurinista”, contou o autor ao AdoroCinema.