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    La Casa de Papel Coreia comete erro comum de remakes — enredo poderia ter sido melhor do que série original

    Estrelada por nomes como Park Haesoo (Round 6), Jeon Jungseo (Burning) e Park Myeonghoon (Parasita), série é remake do grande sucesso espanhol da Netflix.

    La Casa de Papel: Coreia tinha a faca e o queijo na mão, mas decidiu jogar ambos fora. Apesar disso, o remake do grande sucesso espanhol da Netflix, que chegou ao catálogo na última sexta-feira (24), já lidera o Top 10 do streaming desde o fim de semana da estreia. 

    Protagonizada por grandes nomes da teledramaturgia sul-coreana, com atores de Parasita e Round 6, a história imagina uma Coreia unificada, após o fim da guerra que deixa marcas nos dois polos desde os anos 50. Na trama, um grupo de ladrões meticulosos invade a Casa da Moeda e faz reféns, com o objetivo de imprimir mais dinheiro e realizar o maior assalto da história.

    O que poderia ser uma narrativa inovadora e única, acabou se transformando em uma sucessão de erros comuns em remakes. Apesar de o nome pressupor, literalmente, que a obra será refeita — com acertos e problemas semelhantes à série original — as expectativas para La Casa de Papel: Coreia eram bem grandes. E a decepção foi proporcional.

    Quais foram os maiores erros de La Casa de Papel: Coreia?

    A série coreana encomendada pela Netflix errou por levar muito à sério o conceito de remake e ser extremamente fiel à história original. Não deveria ser considerado um erro, obviamente, devido à premissa da produção. Mas, quando o enredo se apropria de um contexto histórico de grande relevância no país asiático, é esperado que este seja desenvolvido. Não foi o que aconteceu.

    La Casa de Papel: Coreia poderia ter explorado melhor a questão da divisão entre os polos norte e sul do país, mostrando divergências culturais dos povos de ambas as nações. Assuntos sobre o fim da guerra, da divisão geográfica e econômica são ofuscados por outras questões.

    Tudo bem que um assalto elaborado à Casa da Moeda é um evento único e suscetível a dispersar atenção do país, mas os impactos causados pela unificação da Coreia poderiam ser abordadas de diversas maneiras nos seis episódios de, aproximadamente, uma hora de duração.

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    Para não dizer que não há nenhuma interferência da união entre Norte e Sul, La Casa de Papel: Coreia utiliza alguns recursos para demarcar desafios e divergências nesta nova sociedade. Porém, de todas as opções possíveis para evidenciar um cenário hipotético, o remake escolheu o pior: discriminação dos cidadãos do Sul contra as pessoas do Norte.

    Em resumo, só lembramos que a unificação aconteceu quando uma pessoa do Norte está sendo discriminada e rotulada como alguém que não é digno de confiança, que não sabe trabalhar ou é menos eficiente que os nascidos no Sul. Para uma série que retrata um cenário inviável desde os anos 50, faltou imaginação.

    O resultado final de La Casa de Papel: Coreia não é totalmente insatisfatório, mas não entregou metade do potencial que poderia ter. Fica a torcida para que, caso tenha mais temporadas, o enredo seja melhor desenvolvido. Afinal, um elenco brilhante como este não pode ser desperdiçado em uma história tão rasa e apegada ao conforto da produção original.

    La Casa de Papel: Coreia
    La Casa de Papel: Coreia
    Data de lançamento 2022-06-24 | min
    Séries : La Casa de Papel: Coreia
    Com Yoo Ji-tae, Yunjin Kim, Park Hae-Soo
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    3,0
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