Seguindo os passos do Disney+ nos Estados Unidos, a edição nacional da plataforma também receberá as séries da Marvel originalmente criadas para a Netflix. A partir de 29 de junho, Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro, Defensores e O Justiceiro poderão ser acessados no serviço de streaming.
Apesar da boa notícia aos fãs, essa novidade traz algumas questões em relação à classificação indicativa de tais atrações, algo que, naturalmente, pede mudanças para o público-alvo da plataforma.
A partir da data, os assinantes da América Latina serão solicitados a atualizar o controle parental de seu perfil para acessar o catálogo completo, que incluirá conteúdo para 16+ e 18+, com a adição dessas séries live-action da Marvel. Esta atualização permitirá restringir o conteúdo de cada perfil, bem como adicionar um PIN de bloqueio.
E o Star+?
A primeira pergunta que surge após a confirmação do direcionamento das séries para o Disney+ é: e o Star+? Teoricamente, o serviço de streaming foi idealizado para comportar produções adultas das empresas que compõem o conglomerado da Disney, como FX, Hulu, 20th Century Studios, ABC e até mesmo a Marvel.
Seguindo essa premissa, as séries deveriam chegar diretamente ao Star+. No entanto, a escolha da empresa pode ter relação com a potencial conectividade das produções ao Universo Cinematográfico da Marvel ou, pelo menos, para deixar o máximo de produções da editora em um único lugar. Sabe-se que, além da WandaVision, Cavaleiro da Lua, Loki e as demais séries do MCU, o streaming também integra Agents of S.H.I.E.L.D., a mal sucedida série dos Inumanos e as animações dos X-Men, do Surfista Prateado e do Homem-Aranha, por exemplo.
Vingadores - Ultimato: Roteiristas explicam por que os Defensores não estão no filmeOutro ponto é que o Star+ perde um de seus atrativos quando as séries adultas da Casa das Ideias vão para sua plataforma irmã. Agora, com a possibilidade de atrações 16+ e 18+, filmes como Blade e Deadpool 3 poderiam ir diretamente para o Disney+ após sua temporada no cinema. Isso também garante que as vindouras séries do MCU podem ganhar uma classificação indicativa maior do que o comum, essa questão permitiria o uso maior de sangue, violência e abordagens mais profundas e gráficas de temas densos nas narrativas do estúdio.
No calendário de futuras séries do Marvel Studios, Agatha: House of Harkness, Marvel Zombies, Echo e Invasão Secreta poderiam se beneficiar dessa mudança e abordar diferentes gêneros, como o terror ou o thriller. Apesar de ainda não estar confirmado oficialmente, o vindouro especial de Halloween protagonizado pelo Lobisomem é outra atração que uma classificação indicativa alta poderia
Os Defensores e o Justiceiro agora fazem parte do MCU?
A unificação global do conteúdo pode estar por trás da inclusão das séries ao Disney+. O streaming norte-americano também recebeu as séries após deixarem o catálogo da Netflix. Dessa forma, os demais países estão apenas seguindo o modelo da plataforma “mãe”.
Outro aspecto, que com certeza traria uma empolgação dos fãs, é a introdução dos Defensores e do Justiceiro ao emaranhado de narrativas do MCU. A presença de Matt Murdock (Charlie Cox) em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, bem como a aparição do Rei do Crime (Vincent D'Onofrio) em Gavião Arqueiro, são fatos que ajudam a corroborar com essa ideia.
Homem-Aranha 3: Charlie Cox fala sobre participação no novo filme da MarvelMesmo que não esteja claro se as versões apresentadas recentemente são as mesmas da Netflix, continuar suas histórias em tais produções não necessitaria, precisamente, de um apagamento das atrações anteriores. O que pode mudar no futuro é apenas o tom e a linguagem de suas abordagens.
Como Kevin Feige disse anteriormente, Demolidor ainda será visto no MCU. Charlie Cox, inclusive, chegou a comemorar a ida da série para o Disney+: “Quando a notícia saiu estava mandando mensagens de texto para alguns dos caras da produção e o termo que usei foi 'renascer'”, disse em entrevista ao ComicBook.
Agora resta observar se os demais heróis terão uma segunda chance após as movimentações dos serviços de streaming. Com o conceito de multiverso e as inúmeras possibilidades criativas, sabe-se que tudo é possível quando o assunto é Marvel.