Iluminadas chega hoje ao catálogo da Apple TV+ nesta sexta-feira (29). A série conta com um elenco principal formado por Elisabeth Moss, Wagner Moura e Jamie Bell, e foi inspirada no livro homônimo da autora sul-africana Lauren Beukes. Na trama ambientada em Chicago, Harper Curtis é um assassino que escolhe suas vítimas cuidadosamente e as persegue até alcançar o objetivo de matá-las. O criminoso, a princípio, acreditava que suas ações eram impossíveis de rastrear, até Kirby sobreviver.
Desde que escapou de se tornar mais um número na lista de Harper, Kirby vive nas sombras, trabalhando como arquivista em um jornal popular na cidade. Quando decide finalmente agir, ela se une a Dan, um ex-repórter policial que cobriu seu caso na época. Sendo a única pessoa que pode proteger e ajudá-la a desvendar a identidade do assassino, Dan está determinado a conectar todos os casos semelhantes para que o criminoso seja preso por um longo prazo.
O repórter Dan é interpretado por Wagner Moura. Contando sobre a preparação para interpretá-lo, o ator disse ao AdoroCinema que buscou referências nos seus tempos de faculdade na UFBA (Universidade Federal da Bahia), onde se formou em Jornalismo.
“Primeiro eu comecei a conversar muito com os meus amigos da faculdade de comunicação, falando sobre o jornalismo hoje, e jornalismo dos anos 1990 — que é quando a história acontece. Comecei a ler muitos livros que eu já tinha lá, sobre jornalismo. Me conectei com o jornalista investigativo do Chicago-Sun Times, chamado Robert Herguth, que se tornou um super amigo; é um cara que me ajudou muito! Me levou na redação do [Chicago] Sun-Times, explicou a história do jornal, conversou muito comigo."
Mais um trabalho internacional na lista!
Dono de uma carreira internacional impecável, Wagner Moura ganhou mundo e estrelou produções como Narcos, ao lado de Pedro Pascal, e Wasp Network, com Penélope Cruz, Edgar Ramírez e Ana de Armas. O ator também está em The Gray Man, projeto muito aguardado, dirigido pelos irmãos Russo e com elenco formado por outros nomes de destaque como Chris Evans, Ryan Gosling e Regé-Jean Page.
Questionado sobre a rotina de trabalho em um set internacional, atuando em outro idioma, o ator afirmou: "Eu sinto que, quando trabalho em inglês ou espanhol, é um esforço muito maior do que em português. Essas línguas não são conectadas com o meu emocional do jeito que português é. Sinto que é um trabalho dobrado, trabalho o dobro que os outros atores americanos. Mas eu gosto de trabalhar, então está tudo certo!"
Nascido na Bahia, Wagner Moura é inspiração para atores mais jovens, como Chay Suede e Vicenzo Richy, que já afirmaram ser fãs e elogiaram sua impactante carreira. Quanto à responsabilidade de, muitas vezes, ser o centro de olhares esperançosos da nova geração, ele diz: “Tento ser fiel e honesto comigo, com o que eu acredito e sinto que é o meu caminho como artista, cidadão e pessoa. Fico feliz que talvez vão ver, na minha trajetória, algum exemplo — sobretudo jovens atores do Nordeste. Fico feliz de ser alguma referência para eles."
Atuar em produções internacionais, no entanto, não tira do ator o desejo de mostrar sua brasilidade. Em Iluminadas, pediu que seu personagem Dan fosse brasileiro. Apesar da resistência inicial de Silka Luisa, showrunner da série da Apple TV+, conseguiu imprimir uma nova nacionalidade na trama e, durante o andamento da série, foi elogiado pelo palpite certeiro.
"Para Silka, essa coisa do Caribe era muito forte, mas eu pedi que Dan fosse brasileiro. Ela ficou meio ‘assim’, mas achei que era mais orgânico. E também porque eu queria falar português numa série americana.” "Era pessoalmente importante para ela [ser do Caribe]. E eu disse a ela que poderia falar espanhol mas, a partir de um lugar muito mais orgânico, esse pai — que sou eu, afinal, os personagens são sempre nós mesmos — é brasileiro. No começo foi um pouco reticente, senti que ela não ficou muito feliz, mas depois do episódio 3, ela veio falar comigo e disse: 'Obrigada, foi a melhor decisão que tomamos'", contou.
O que esperar de ‘Iluminadas’?
Iluminadas trata sobre feminicídio de maneira muito verdadeira, porém, seguindo a premissa do livro, também apresenta possibilidades que — felizmente, neste caso — não caberiam ao mundo real, como a viagem ao tempo realizada pelo assassino Harper.
“É um roteiro muito especial, que lida com um híbrido de gêneros, de uma maneira muito delicada. É uma série sobre crime, sobre feminicídio, mas também sobre science fiction — o cara viaja no tempo. É um drama pessoal dessa mulher tentando retomar a vida dela, se (re)-empoderar.”
A série é feita por mulheres, desde o livro até a direção — que Elisabeth Moss também foi responsável, comandando as câmeras nos episódios 5 e 7. Para Wagner Moura, a trama revela uma mulher forte em conflito com um homem que não sabe lidar com figuras femininas grandiosas.
“A série simplifica isso [os pontos de vista do livro]. Ao contrário do livro, a série deixa só o ponto de vista da Kirby. A gente sente o que ela sente, vê o que ela vê. Eu achei uma escolha muito boa, porque a gente se conecta com ela. Tem uma segurança narrativa nisso e foi uma coisa muito legal na narração. Uma pessoa que sobreviveu a um trauma e tenta botar a vida nos trilhos é um negócio que nos conecta.” “E, nesse caso, o personagem que o Jamie Bell [Harper] faz, é claramente um homem que se sente inferiorizado perante algumas mulheres. Então, quando elas estão no auge do seu brilho, ele tenta apagar essas luzes”, conclui.