Depois de muitos anos de desenvolvimento, finalmente a série Halo, uma adaptação da famosa franquia de games, chega ao catálogo da Paramount+ em 24 de março. Umas das séries mais aguardadas de 2022, a produção conta com Steven Spielberg como um de seus produtores executivos e Pablo Schreiber, ator de American Gods, no papel principal de Master Chief. O AdoroCinema teve acesso antecipado aos dois primeiros episódios de Halo e conta quais são nossas primeiras impressões sobre a adaptação.
Em Halo, uma épica batalha acontece no durante o século XXVI entre a raça humana e uma espécie alienígena conhecida como Covenant. Após anos de domínio, quando colônias começam a se rebelar, a liderança da raça Covenant declara que humanos são hereges e inicia uma onda genocida contra a raça humana. Após a redescoberta dos anéis de Halo, o líder Master Chief (Pablo Schreiber) ao lado de sua equipe e a inteligência artificial Cortana, irão tentar destruir o que para os Covenant é um instrumento poderoso. Em contrapartida, a espécie Covenant também passa por conflitos internos próprios quando um de seus comandantes é exilado e se alia junto com outros divergentes ao lado dos humanos.
Halo é uma boa adaptação para a franquia de games?
Halo é uma das mais populares franquias de games, composta por 16 jogos até o momento, sendo que oito deles fazem parte do enredo principal e os demais são spin-offs. Além disso, a popularidade da franquia fez com que ela passasse para outras mídias, como livros e quadrinhos. Ou seja, realizar uma adaptação em live-action de Halo não é uma tarefa nada simples por causa da quantidade de histórias lançadas antes.
Levando isso em conta, os criadores da série Steven Kane e Kyle Killen tiveram a escolha correta em não necessariamente adaptar a franquia com uma cega fidelidade, mas construir sua história e a criação de mundo a partir da estrutura dos jogos. No centro do enredo, temos uma guerra interestelar entre a raça de fanáticos alienígenas conhecida como Covenant e os humanos do Comando Espacial das Nações Unidas (UNSC). Enquanto o soldado espartano Master Chief (Pablo Schreiber) e Kwan Ha (Yerin Ha), sobrevivente a um ataque Covenat em sua colônia, acabam se unindo pois não concordam com a guerra travada.
Em seu primeiro episódio, Halo estabelece bem a base para seu enredo. Mesmo que não seja nenhuma reinvenção do que vimos anteriormente no cinema e na TV em quesito de história, a produção apresenta ao público de maneira simples (mas eficaz) a guerra intergaláctica, especialmente ao estabelecer ideias sociopolíticas com as percepções dos civis nas colônias contra a ação militar autoritária do Comando Espacial das Nações Unidas e seus soldados espartanos, que agem de maneira implacável por uma suposta proteção – então, é interessante os conflitos internos do Master Chief e sua rebelião.
Um dos problemas de Halo é a maneira como eles vão conduzir essa narrativa para ela se destacar em relação a outras séries com temáticas semelhantes, como é o caso de The Mandalorian de Star Wars. Se a produção resolver se aprofundar na mitologia da franquia, mesclada com o apreço nas cenas de ação, Halo tem futuro. Mas se ela manter sua trama superficial, dificilmente irá agradará além dos fãs dos games.
Halo se destaca nas cenas de ação e identidade visual que remete ao games
Logo no primeiro episódio, Halo apresenta uma cena de ação que promete empolgar os fãs da franquia. Quando Master Chief e os soldados espartanos vão enfrentar alienígenas Covenant que invadiram a colônia de Kwan Ha, a direção escolha por uma identidade visual que remete diretamente aos jogos. Bem coreografada, a cena de combate recria com precisão aspectos visuais para o live-action, com armas icônicas dos personagens, mas especialmente uma perspectiva de tiros em primeira pessoa com a câmera na visão dentro do capacete do protagonista – remetendo à sensação que os jogadores sempre tiveram.
A produção de Halo contou com um orçamento estimado em 10 milhões de dólares por episódio (de acordo com um relatório da Variety), o que é equivalente ao investimento da HBO em Game of Thrones, por exemplo. Esse investimento fica nítido no design de produção e criação de mundo em Halo, que se destacam como um todo, assim como a apresentação visual dos personagens. Nesse quesito, um dos pontos negativos é o CGI dos alienígenas, que por vezes apresenta uma estranheza – principalmente quando eles estão em cenas de batalha. Mas é um quesito que pode ser aprimorado nos demais episódios.
Pelo menos nos primeiros episódios, a série de Halo mostra que tem potencial (e investimento necessário) para se tornar uma adaptação eficiente de uma das franquias mais populares do mundo dos games. Halo estreia em 24 de março na Paramount+, contando com 10 episódios em sua 1ª temporada – ela já foi renovada para uma segunda temporada antes mesmo do lançamento dos primeiros episódios.