A série documental 3 Tonelada$ - Assalto ao Banco Central chega ao catálogo da Netflix na próxima quarta-feira, 16 de março. Recheado de entrevistas e conteúdos inéditos, o projeto revisita o “maior roubo do século”, como indicaram alguns jornais brasileiros na época do crime.
“A maior dificuldade foi juntar os fios, descobrir nessa história já contada tantas vezes o que estava certo, o que era impreciso e o que, eventualmente, estava errado”, conta o diretor-geral da série, Rodrigo Astiz. “A gente só conseguiu isso conversando com muita gente”, completa o diretor e roteirista, Daniel Billio. “A grande história da série são as consequências do crime.”
Gosta de true crime? Ouça 10 episódios dos podcasts mais importantes do ano, com histórias arrepiantesO cineasta é conhecido por seus trabalhos na TV Cultura, Fashion TV, Discovery Channel, Sportv/Combate, HBO, Canal Futura e TV Globo. Em 2013, ele dirigiu o documentário Tragédia em Santa Maria, sobre o incêndio na Boate Kiss. O registro foi premiado no Festival de Cinema e TV de Nova Iorque na categoria “Current Affairs”.
DEPOIMENTOS E MATERIAIS INÉDITOS
Com três episódios de aproximadamente uma hora, o registro reúne um material composto por entrevistas realizadas com mais de 30 pessoas, entre policiais federais, jornalistas, pesquisadores, procuradores e juízes em São Paulo (SP), Brasília, Fortaleza (CE), Boa Viagem (CE) e Porto Alegre (RS).
Um destaque para a produção Netflix é o depoimento inédito de um dos líderes do crime, além de dois policiais que trabalharam infiltrados durante as investigações e que nunca haviam falado sobre o assalto. Por ainda estarem na ativa, eles tiveram suas vozes e identidades preservadas.
Assalto ao Banco Central: Conheça nova série da Netflix aos moldes de La Casa de PapelCada relato inédito adiciona importantes camadas e informações que ajudam o público a entender todos os segredos de um dos casos mais importantes da crônica policial brasileira. Além da própria linguagem da série, que adiciona trechos de jornais e escutas da época do assalto, existem reproduções de diversos acontecimentos envolvendo o crime.
História do assalto ao Banco Central
Em 2005, 34 homens passaram três meses cavando um túnel de 75m, que contava com iluminação, ventilação e até telefone, ligando a sede de uma empresa de grama sintética de fachada ao Banco Central do Brasil em Fortaleza, no Ceará.Em 8 de agosto daquele ano, invadiram o caixa-forte da instituição e saíram de lá com 164,5 milhões de reais – ou 3,5 toneladas de cédulas de 50 reais –, sem que ninguém visse ou ouvisse nada e sem que nenhum tiro fosse disparado. Após uma ação de cerca de 11 horas, deixaram para trás apenas um buraco de 60cm de diâmetro.
Para dar a dimensão dos acontecimentos, a equipe do documentário reconstruiu o túnel em um galpão em Embu das Artes-SP, tal qual o original. Não só as dimensões são praticamente as mesmas - porém com uma lateral aberta para que o interior do túnel pudesse ser filmado - mas também os objetos encontrados pelos peritos lá dentro, como ventiladores, tubulação de ar refrigerado, lâmpadas, garrafas de água e de isotônico, cordas etc.
Para recriar os objetos, a equipe da diretora de arte Jennifer Schauff trabalhou com fotos da perícia feita pela Polícia Federal, cedidas à produção, e depoimentos. Inclusive a maneira como os ladrões escavaram foi descrita em detalhes por dois membros da quadrilha à equipe de pesquisadores do documentário.
Momentos fundamentais do caso também foram encenados na série documental, como a prisão dos principais envolvidos, baseados em relatos dos criminosos ou policiais.