Um dos lançamentos mais aguardados da Globo em 2022 é Pantanal, remake da consagrada novela escrita por Benedito Ruy Barbosa e exibida em 1990, pela Rede Manchete. Agora assinada por seu neto, Bruno Luperi, a trama das 9 chega às telinhas no dia 28 de março, após ser adiada devido a casos internos de Covid-19. Com um investimento gigantesco e muitos desafios técnicos por trás das câmeras, a produção ainda impressiona pelo trabalho de caracterização – sobretudo no caso de Juliana Paes, que vai aparecer envelhecida e maltratada como a retirante Maria Marruá.
Para encarnar a mulher que vira onça e mãe da protagonista Juma (Alanis Guillen), a atriz precisou abdicar de toda e qualquer vaidade, passando por uma transformação física que levava, em média, uma hora. Quem faz a magia acontecer nos bastidores é Valéria Toth, caracterizadora da Globo há mais de 15 anos. Ao descobrir que sua missão seria "enfear" um dos maiores ícones de beleza e sensualidade do Brasil, a profissional tratou de estudar a morfologia de Juliana, bem como as mudanças no corpo feminino provocadas pela idade.
Remake de Pantanal: Veja quem é quem no novo elenco da novela da Globo"Quando soube do envelhecimento da Ju, meu primeiro pensamento foi: 'Tenho que fazer o meu melhor'. No primeiro teste de maquiagem, achei que não ia sair", admitiu Valéria (via Notícias da TV). Porém, uma vez terminado o processo, a atriz não conseguiu esconder seu espanto. "Ela falava: 'Meu Deus, Val, é sério isso?'", contou a caracterizadora, que compartilhou em seu Instagram um antes e depois de Juliana.
Ela ainda explicou que a maquiagem de Maria Marruá não incluía produtos de envelhecimento. Como a nova versão está sendo gravada com uma câmera 8k e, portanto, com uma alta definição, Valéria optou por abusar de luz e sombras. Além disso, recorreu a marcas americanas para que a maquiagem resistisse às temperaturas elevadas do Pantanal e às longas horas de filmagem no Mato Grosso do Sul.
"Fiz umas manchas de sol, rugas, concentrei em volta dos olhos e boca, deixei o queixo também com rugas, com efeito sutil e eficaz para a câmera que estava sendo usada", detalhou Valéria. "Sem contar que, no Pantanal, existe uma luz natural dourada e super clara. Temos que levar em consideração essa parte técnica também. Deixamos a sobrancelha dela [Juliana] crescer e colocamos um megahair cacheado, descuidado, na cor marrom e com uns fios brancos."
Pantanal: Remake da novela tem coincidência que vai ser um presente aos apaixonados pela versão original"Ela tinha que parecer uma mulher sem cuidados devido a sua história de vida tão sofrida. Ela vive isolada na tapera [casebre], não tem vaidades. Usamos maquiagem de efeitos especiais nas mãos, para registrar as marcas de serviços físicos pesados", continuou Valéria.
Apesar de ter sido desafiador desconstruir uma atriz como Juliana, a caracterizadora se mostrou bastante satisfeita com o resultado. "Feliz de ter dado o melhor da minha arte, fazer uma pintura no rosto lindo dela, pensar cada detalhe… Dentro da minha cabeça, eu tinha que imaginar ela mais velha e construir esse pensamento em uma tela viva que tem suas opiniões. Amo minha arte, então [fica] um sentimento de trabalho entregue com excelência, que te eleva como profissional. Fico feliz de ter dado um rosto para Maria Maruá", finalizou Valéria.