Nara Leão completaria 80 anos de idade em 19 de janeiro deste ano e, em memória à trajetória da cantora, a Globoplay lançou uma série documental abordando a trajetória profissional da artista. Dirigida por Renato Terra, também responsável por Uma Noite em 67 e Narciso Em Férias, a atração conta com cinco episódios e retrata a grande personalidade da música para além do título de “musa da Bossa Nova”.
Pertencente ao compilado de documentários intitulado Conversa.doc, O Canto Livre de Nara Leão traz diversos depoimentos dos principais nomes da música brasileira, como Chico Buarque, Paulinho da Viola, Maria Bethânia e Fagner. A série mostra também alguns aspectos raros sobre a história da artista, incluindo fotos da infância e adolescência, áudio de sua primeira performance e diversos vídeos de suas apresentações posteriores.
Vale mencionar que a intimidade da cantora também é explorada do documentário, indo além de sua vida artística e trazendo relatos dos cineastas Cacá e Isabel Diegues, ex-marido e filha da cantora, respectivamente. Além disso, José Bial, filho de Pedro Bial e Isabel (ou seja, neto de Nara), também está envolvido na produção de conteúdo da atração.
Quem foi Nara Leão?
Nara Lofego Leão (1942-1989) foi uma importante cantora e atriz brasileira, conhecida popularmente como “musa da bossa nova”. Nascida em Vitória, no Espírito Santo, a artista deu seus primeiros passos na música após receber o primeiro violão de presente do pai, aos 12 anos, sendo inserida em aulas particulares com o músico Patrício Teixeira.
Não demorou muito para que Nara se matriculasse na Academia de Violão de Menescal e Carlos Lyra, tornando-se professora da mesma instituição posteriormente. Na Bossa Nova, sua história começou a aflorar em 1957, após algumas reuniões para a fundação do famoso gênero musical, que aconteciam na Avenida Atlântica, em Copacabana.
Sua estreia oficial como cantora profissional aconteceu em março de 1963, na boate Au Bom Gourmet, onde se apresentou com Carlos Lyra e Vinícius de Moraes no espetáculo Pobre Menina Rica. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, responsável por torná-la um rosto publicamente conhecido no Brasil.
No ano seguinte, em fevereiro, lançou o LP auto-intitulado Nara, fazendo tanto sucesso que chamou atenção da gravadora Philips, que se interessou em gravar seu próximo disco chamado Opinião. Enquanto trabalhava no estúdio, também fazia turnês paralelas nas principais cidades brasileiras.
Considerada a melhor cantora pela Associação dos Críticos de Arte de São Paulo na década de 1970, a cantora lançou mais de 20 discos e se consolidou como um dos nomes mais importantes do MPB. Seu último trabalho aconteceu em 1989, com o lançamento do álbum My Foolish Heart. No mesmo ano, a artista faleceu devido ao rompimento de um tumor cerebral.