O Big Brother Brasil 2022 nem começou e o hype em torno dos novos participantes já é imenso. Com estreia marcada para esta segunda-feira (20), o reality show se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais desde a última sexta-feira (14), quando foram divulgados os integrantes dos grupos camarote e pipoca. Entre os brothers e sisters que conseguiram uma vaga na casa mais vigiada do país, está ninguém menos que Linn da Quebrada.
Atriz, cantora, compositora e ativista social, ela desponta como uma das favoritas do público e um dos nomes mais buscados na internet após o anúncio oficial. As pesquisas sobre ela chegaram a aumentar mais de 3000%, como aponta um recente estudo do Semrush.
Se você é daqueles que gostam de se inteirar sobre a vida dos participantes antes da estreia do BBB, você veio ao lugar certo! O AdoroCinema também não se aguentou de ansiedade e foi conhecer mais sobre a carreira de Linn da Quebrada. Confira a seguir:
COMO TUDO COMEÇOU: MÚSICA PARA PENSAR E DANÇAR
Nascida em 18 de julho de 1990, na cidade de São Paulo, Linn deu seus primeiros passos no ramo musical em 2016, com a faixa autoral “Enviadescer”. No mesmo ano, lançou as canções "Talento", "Bixa Preta" e "Mulher", que também foram ovacionadas pela crítica e pelo público. O sucesso fez com que a artista embarcasse na turnê nacional entre 2016 e 2017, intitulada "Bixarya".
De lá para cá, Linn desenvolveu seu processo criativo musical em diferentes etapas, explorando seu corpo por meio da palavra e, a partir desta última, produzindo som e barulho. Seu disco inaugural, "Pajubá" (2018), trouxe uma linguagem própria e uma estética sonora de difícil classificação. O objetivo, porém, sempre foi simples: fazer música para pensar e dançar.
5 filmes que todos deveriam assistir no Dia Nacional da Visibilidade TransEm 2021, Linn lançou seu segundo álbum, "Trava Línguas", que conta com faixas como "amor amor", "cobra rasteira" e "medrosa". Rompendo com os timbres produzidos até então, a artista decide experimentar novas referências, frequências sonoras e usos da palavra.
Hoje um dos nomes mais relevantes do cenário musical brasileiro, Linn ganhou status justamente por evocar um atrito entre verdades, tocando em tabus e desconstruindo estereótipos com seu estilo assertivo e sarcástico. Suas letras falam não apenas sobre o universo das mulheres trans e travestis da periferia, como também sobre identidade, sexualidade, preconceito, machismo, assédio e abuso sexual.
NOVOS DESAFIOS COMO ATRIZ: DOCUMENTÁRIOS E SÉRIES DE TEMÁTICA LGBT
Ainda em 2017, Linn participou do documentário Meu Corpo é Político, dirigido por Alice Riff, que acompanha a vida de quatro militantes LGBTQIAP+. No ano seguinte, protagonizou outro longa documental: Bixa Travesty, dirigido por Claudia Priscilla e Kiko Goifman. O projeto revisita a trajetória pessoal e profissional de Linn, que, desde cedo, enfrentou discriminação dentro da própria família e da comunidade religiosa que frequentava – Testemunhas de Jeová.
Bixa Travesty estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim e, inclusive, ganhou o Teddy Award de Melhor Documentário LGBT. O prêmio foi somente um dos vários que a obra faturou em mostras nacionais e internacionais, servindo para impulsionar a carreira de sua protagonista e também roteirista.
Das telonas, Linn passou para as telinhas em 2019, como apresentadora do programa TransMissão, ao lado de sua companheira Jup do Bairro. Exibido pelo Canal Brasil, o talk show se tornou o primeiro comandado por uma pessoa trans no Brasil, tendo como objetivo abordar, de forma mais descontraída, questões de gênero, sexo e raça.
No mesmo ano, Linn debutou como atriz na série Segunda Chamada, da TV Globo. Na produção estrelada por Débora Bloch, ela interpretou a travesti Natasha, uma das alunas do Colégio Estadual Carolina Maria de Jesus. Sua personagem suscitou debates importantíssimos sobre transfobia, pressão social e, principalmente, sobre disputa de território – quer dizer, ter o direito de estudar e de ocupar espaços dentro do mercado de trabalho, dos ambientes religiosos e das próprias casas.
Estrela de Segunda Chamada, Débora Bloch critica educação sob governo atual: 'Momento de escuridão' (Entrevista)Em 2021, a artista conseguiu um papel em outro seriado brasileiro: Manhãs de Setembro, estrelado por sua amiga de longa data Liniker – as duas estudaram na mesma escola em Santo André e ainda moraram juntas. Linn deu vida a Pedrita, uma mulher trans que faz parte da rede de apoio da protagonista.
Depois de tudo isso, fica fácil entender por que Linn da Quebra é uma das favoritas ao prêmio de R$ 1,5 milhão. Sua participação no BBB promete – então não perca a estreia hoje, às 22h15.