Um dos últimos sucessos da Netflix, o dorama Round 6 encontra-se há algumas semanas em primeiro lugar no top 10 da plataforma de streaming. Tendo sido rejeitada por mais de 10 anos até seu derradeiro sucesso, a produção sul-coreana, enfim, colhe os louros do seu trabalho, estando em vias de se tornar, também, a série de língua não-inglesa mais popular da Netflix — superando, inclusive, a espanhola La Casa de Papel.
Contudo, alguns problemas têm rondado a produção sul-coreana. Depois de ter sido processada por aumentar o tráfego de internet na Coreia do Sul e também ter causado problemas para um morador do país, a bola da vez é a acusação de plágio que a série passou a enfrentar, graças a uma possível similaridade com o longa japonês As The Gods Will (Kamisama no Iutoori, no original).
Lançado em 2014, o filme conta a história de Takahata Shun, um jovem estudante japonês. Após a cabeça de seu professor explodir sem explicação alguma, ele e seus colegas encontram-se forçados a jogar alguns jogos infantis se quiserem manter-se vivos. E aí, te lembrou alguma produção?
Round 6: Todas as brincadeiras infantis exibidas na série coreana da NetflixAs semelhanças não param por aí. Diversos jogos da série, como o clássico "luz vermelha, luz verde", são retratados nas duas produções, diferenciando-se apenas pela forma como a punição acontece aos perdedores.
Alguns usuários do Twitter chegaram a encontrar tomadas de cenas bastante semelhantes e objetos comuns às duas obras, como bonecas gigantes, cronômetros usados e outras coisas. Além disso, certos elementos do mangá de As The Gods Will também foram tachados pelos usuários como copiados pela série da Netflix.
Confira abaixo algumas cenas em comum entre Round 6 e As The Gods Will:
O CRIADOR DE ROUND 6 SE DEFENDEU DAS ACUSAÇÕES DE PLÁGIO
Após a polêmica, o criador da série, Hwang Dong-hyuk, alegou ter criado Round 6 entre 2008 e 2009, cinco anos antes de As The Gods Will ver a luz do dia, implicando que, se houve plágio, foi por conta da obra japonesa.
“Admito francamente que me inspirei muito nos quadrinhos e na animação japoneses ao longo dos anos (...) Quando comecei, eu também estava em apuros financeiros e passava muito tempo em cafés lendo quadrinhos, incluindo ‘Battle Royale’ e ‘Liar Game’. Comecei a me perguntar como me sentiria se participasse dos jogos sozinho. Mas achei os jogos muito complexos e, para o meu próprio trabalho, concentrei-me em usar jogos infantis” — contou, também, o roteirista em entrevista exclusiva ao portal Variety.
Hwang ainda afirmou que uma das inspirações para seu trabalho foi o momento atual da sociedade capitalista:
“Eu queria escrever uma história que fosse uma alegoria ou fábula sobre a sociedade capitalista moderna, algo que retratasse uma competição extrema, algo como a competição extrema da vida. Eu queria que ela usasse o tipo de personagem que conhecemos na vida real. Os jogos retratados são extremamente simples e fáceis de entender. Isso permite que os espectadores se concentrem nos personagens, em vez de se distrair tentando interpretar as regras."
E aí, quem você acha que está certo nesta história?