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    Gossip Girl: Porque a diversidade de elenco no reboot é tão interessante?
    Gabriel Magarão
    Gabriel Magarão
    -Redator
    Apaixonado por cinema de terror, séries de comédia e Julia Louis-Dreyfus

    A HBO Max finalmente lançou o reboot de Gossip Girl esse mês e reacendeu a discussão sobre a importância da diversidade na televisão.

    Atualmente, o público tem mais opções de séries com elencos diversos para assistir, produções com muito protagonismo negro, LGBTQI+ e feminino. Mas quando a primeira versão de Gossip Girl estreou em 2007, quatorze anos atrás, a discussão sobre diversidade na televisão ainda era bastante invisibilizada. Quem demandava por mais representatividade na TV tinha pouco espaço para ser ouvido e os executivos não demonstravam o menor interesse em trazer minorias para as suas obras.

    Gossip Girl (2021)
    Gossip Girl (2021)
    Data de lançamento 2021-07-08 | min
    Séries : Gossip Girl (2021)
    Com Jordan Alexander, Whitney Peak, Tavi Gevinson
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    3,5
    Assistir em streaming

    Assim, a maioria esmagadora das séries com grande audiência eram protagonizadas por pessoas brancas, heterossexuais e cisgênero, especialmente as produções teen. Séries populares entre o público adolescente como One Tree HillThe O.CSkins representam bem esse dilema, onde os personagens minoritários tinham pouco ou nenhum protagonismo.

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    E ainda há um longo caminho até que exista diversidade real na televisão, mas nos últimos anos o número de seriados adolescentes com protagonistas menos brancos e heterossexuais têm aumentado consideravelmente, como nas séries Sex Education e Eu Nunca.. da Netflix. Inclusive, a nova versão de Gossip Girl decidiu investir em diversidade racial e LGBT, representando bem essas pequenas mudanças.

    UM UPPER EAST SIDE MENOS BRANCO

    Na versão original, os seis personagens principais eram todos adolescentes brancos completamente dentro dos padrões de beleza. A única personagem racializada era Vanessa (Jessica Szohr), porém, em comparação aos outros, ela teve bem menos espaço durante os seis anos da série. E considerando que a produção se passava em Nova Iorque, uma das cidades mais diversas do mundo, foi bem incoerente a escolha ter um elenco apenas branco e os criadores de Gossip Girl se arrependeram dessa decisão.

    Já a nova versão faz uma representação mais precisa da metrópole, com bastante diversidade racial entre seus atores. O reboot centra sua história em duas protagonistas negras, Zoya (Whitney Peak) e Julien (Jordan Alexander), irmãs que foram criadas separadas e que se reencontram quando passam a estudar na mesma escola. As duas personagens têm personalidades e comportamentos bem distintos, assim fugindo de estereótipos comuns atribuídos a mulheres negras e as representando como pessoas plurais.

    Além disso, a série apresenta também uma terceira personagem negra, Monet (Savannah Lee Smith), que também se afasta de qualquer estereótipo racista. E um personagem amarelo, Aki, interpretado pelo ator Evan Mock de descendência filipina. Diferente da versão original, todos esses personagens racializados têm relevância para trama e espaço em tela igualmente aos protagonistas brancos.

    A importância de assistir a um elenco diverso é enorme para o público adolescente. Poder ver personagens com quem se identificar e que sejam parecidos com eles é essencial. Especialmente para meninas negras poderem se enxergar em personagens com cabelos crespos naturais ou penteados negros que fogem do padrão loiro e liso tão comuns nessas produções.

    Por que identidade da Gossip Girl foi revelada no primeiro episódio do reboot da HBO Max?

    UM UPPER EAST SIDE MENOS HÉTERO E CISGÊNERO

    Além da diversidade racial, o reboot de Gossip Girl também investiu em protagonismo LGBTQI+, com personagens gays, bissexuais e trans. Enquanto na versão original, o único personagem gay era Eric (Connor Paolo), o irmão mais novo de Serena (Blake Lively), na nova versão já foram apresentados para o público pelo menos quatro personagens LGBTs.

    Logo no primeiro episódio já fica claro que boa parte da narrativa será focada na relação entre Aki e Max (Thomas Doherty), cuja tensão sexual ficou explícita em algumas cenas. A série parece querer explorar um relacionamento a três com a namorada de Aki, Audrey (Emily Alyn Lind). Outra personagem que foge da heteronormatividade é Monet. Embora a série ainda não tenha explorado sua sexualidade, já foi confirmado que a protagonista é lésbica e possíveis relacionamentos devem aparecer em próximo episódios.

    A nova Gossip Girl também trouxe um pouco de visibilidade trans através da atriz Zión Moreno que interpreta Luna. Embora ainda não esteja claro se sua personagem também é trans, o fato da atriz ser já é bastante relevante, considerando que existem pouquíssimos profissionais transgêneros na televisão e produções com protagonismo trans ainda são raridade.

    Essa nova leva de séries e reboots vem reafirmando como diversidade é um tópico importante e precisa ainda ser muito debatido. Além de Gossip Girl, também foram lançados outros reboots que, diferente de suas versões originais, apresentaram preocupação em representar positivamente minorias, como Party of Five com um elenco central latino, e Saved by the Bell com protagonistas trans e negros. Isso prova como o público atual está exigindo mais representatividade nas séries e, assim, causando mudanças positivas nas produções para TV.

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