O Legado de Júpiter estreou na Netflix com a promessa de ser o novo fenômeno no gênero de super-heróis em 2021. A primeira produção na Netflix da Millarworld – empresa de quadrinhos fundada pelo escritor Mark Millar e adquirida pela companhia em 2017 – está recebendo diversas comparações com a série The Boys e outras produções do gênero. Mas esses paralelos são justos?
A história de O Legado de Júpiter acompanha a primeira geração de super-heróis que, tendo recebido seus poderes nos anos 30, manteve o mundo em segurança por quase um século. Quando um herói assume o controle do governo, os filhos desses guerreiros lendários devem escolher entre apoiar o novo regime ou lutar para ficar à altura dos feitos grandiosos dos pais. Com o peso do legado nas costas, os herdeiros embarcam em uma jornada épica para proteger a humanidade de todos os tipos de mal que se levantam contra ela. Família, poder e lealdade se misturam nessa aventura multigeracional.
O Legado de Júpiter: Conheça a adaptação de super-heróis do Mark Millar na NetflixO AdoroCinema conversou com o elenco de O Legado de Júpiter, que explicou em quais pontos a produção original da Netflix se diferencia de outras produções no gênero de super-heróis.
Quais são as diferenças de O Legado de Júpiter para outros filmes e séries de super-heróis?
Apesar das comparações com outras produções sobre super-heróis, O Legado de Júpiter apresenta uma abordagem diferente pelo seu foco no drama familiar ao invés da ação, principalmente, nos conflitos entre as diferentes gerações de heróis e como eles encaram a realidade do mundo com ideologias distintas.
“Eu acho que a série realmente difere porque é uma história muito humana em seu núcleo com os relacionamentos e esse tipo de coisa. O aspecto de super-herói talvez seja secundário, e quero dizer isso da melhor maneira. Eu acho que você tem que ter o relacionamento e os personagens construídos, e realmente temos isso em comparação com muitos outros filmes de super-heróis”, explica Matt Lanter, que interpreta George Hutchence.
Josh Duhamel, que interpreta Sheldon Sampson (Utópico) em O Legado de Júpiter, revela que o que mais atraiu ele na série esse conflito, "as diferenças nas ideologias geracionais": "Meu personagem acredita muito fortemente neste Código que eles sempre viveram e se recusaram a deixar de lado. Mas essa geração mais jovem acredita de forma diferente. Eles pensam que deveriam ter mais voz, mais poder, mais capacidade de liderar", conta o ator.
O Legado de Júpiter: Quem são os personagens na série de super-heróis da Netfix?Outro diferencial na produção da Netflix é a divisão da sua narrativa em duas linhas do tempo diferentes: passado e tempos atuais. A primeira no final dos anos 1920 durante e depois da Grande Depressão nos Estados Unidos, com Sheldon Sampson (Josh Duhamel) e um grupo de conhecidos navegam até uma ilha misteriosa, onde eles conseguiram seus poderes.
A outra linha do tempo se passa nos dias atuais, e Sheldon, agora conhecido como o super-herói Utópico, líder de um grupo de heróis chamado União que protege a Terra. Os filhos de membros da União tentam lidar com o peso do legado que seus pais criaram e discordam sobre como deveriam usar seus poderes. Para Ben Daniels, que interpreta Walter Sampson (Onda-Cerebral), essa escolha de narrativa é o que mais torna O Legado de Júpiter diferente e especial.
“O fato de você ficar com esses personagens por cem anos e vê-los antes de serem super-heróis, então você tem todo aquele tipo incrível de histórias de origem dos anos 1920 e você vê o impacto dos poderes que eles têm em seus relacionamentos e famílias ao longo dos próximos cem anos. E, em seguida, seus filhos, também, para e como o poder mudou o mundo. Eu me sinto como em uma enorme e longa saga, mas com a mesma família, o que é muito diferente para mim”, explica Daniels.
O Legado de Júpiter dialoga com muitos acontecimentos do mundo atual
“Eu acho que há muitos paralelos que você pode traçar com a série e o que está acontecendo no mundo agora. Essa foi a ideia. Eu acho que meu personagem representa o antigo de alguma forma e nisso ele tem esse sistema de crença que ele acredita ser o caminho certo a seguir. Porém, há muitos da geração mais jovem que acreditam de forma diferente e o que meu personagem aprende nesta história é que se você vai evoluir, se vai sobreviver, você tem que ouvir e ver essas pessoas”, conta Josh Duhamel.
Elena Kampouris, que interpreta Chloe Sampson, também falou sobre as expectativas criadas pelas duas gerações em O Legado de Júpiter e como a produção mostra isso: “Eu amo a exploração de qual é o legado da série, se você pensar sobre isso, na verdade não é apenas o legado das crianças, jovens adultos que vivem com o legado de seus pais, também tem o aspecto de os pais corresponderem às expectativas dos filhos”.
O Legado de Júpiter está disponível no catálogo da Netflix, com oito episódios. Confira a crítica completa da 1ª temporada da série aqui no AdoroCinema!