Brincar com a imaginação dos espectadores sempre foi um dos pilares da indústria cinematográfica. Durante os anos, as produções audiovisuais apostaram alto em roteiros fantasiosos, que procuram se distanciar da realidade em que vivemos. Seja essa ficção agradável ou não, o fato de podermos sonhar com um universo completamente diferente é prazeroso, mesmo que esse universo não seja tão afável assim.
Recentemente lançada, a série da Globoplay, A Cor do Poder, é um exemplo disso. Em uma realidade distópica, um Estado opressor controlado por uma alta classe negra dita as regras com mãos de ferro, oprimindo a classe proletária branca e criando uma separação parecida com castas. A distopia presente em muitos dos roteiros do tipo, por diversas vezes, acaba sendo mais apreciada que se envolvesse uma sociedade utópica, perfeita, onde a ordem reina e as tramas deixam aquele gosto insosso.
Abaixo, vocês podem conferir algumas recomendações do AdoroCinema quando o assunto é produções distópicas:
Lançamentos da Globoplay em janeiro de 2021: Legacies é destaqueA COR DO PODER
Lançada na Rede Globo na última segunda-feira (11), a série mergulha em uma realidade fictícia onde os negros colonizaram os brancos, governando com tirania uma sociedade grandemente segmentada por classes. Com grande crítica social, A Cor do Poder faz parte daquelas produções que, além de distópicas, aplicam de certo revisionismo histórico em suas tramas, como o caso da classe negra ter colonizado os brancos, diferentemente da realidade em que vivemos.
BACURAU
Brasileiríssimo, Bacurau foi uma das grandes produções de nosso país em 2019, entrando, inclusive, na lista de filmes favoritos do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No longa, um povoado do sertão brasileiro é caçado por um grupo estrangeiro armado de aparatos tecnológicos, precisando criar um grupo de resistência para sobreviver. O confronto existente em Bacurau é uma representação simbólica de conflitos reais, evidenciando uma já conhecida crise territorial e também dos direitos humanos. Nele, conseguimos ver traços de uma sociedade cindida e desumanizada, que perdeu seus laços de solidariedade. Afinal, seria Bacurau tão distante assim da realidade em que vivemos?
THE MAN IN THE HIGH CASTLE
Produção original da Amazon, The Man in the High Castle conta o que aconteceria caso as Potências do Eixo tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial. Na série, a América do Norte é dividida entre japoneses e alemães, sendo governada pelo Império do Japão e o Reich Americano. No total, a produção conta com 4 temporadas, estando completa e com boas recomendações da crítica especializada.
O LAGOSTA
Com um elenco recheado de grandes estrelas, como Colin Farell, Rachel Weisz e Léa Seydoux, O Lagosta (The Lobster, no original) é mais um daqueles filmes da produtora A24 que seguem na contramão da proposta geral hollywoodiana. No longa, em um futuro não tão distante, uma lei proíbe que as pessoas fiquem solteiras. Qualquer homem ou mulher que não estiver em um relacionamento é preso e enviado ao Hotel, onde terá 45 dias para encontrar um(a) parceiro(a). Caso não encontrem ninguém, eles são transformados em um animal e soltos no meio da floresta.
Contando com a sensibilidade característica da produtora, O Lagosta se diferencia das produções distópicas mais comuns, apostando em um cenário não tão caótico e colocando o relacionamento humano como tema central de sua trama.
Lançamentos de filmes em 2021 mais aguardados pelo públicoTHE HANDMAID’S TALE
Também disponível na Globoplay, The Handmaid’s Tale mostra uma realidade onde uma facção católica, extremamente conservadora, assumiu o poder. Transformando o país na República de Gilead, o grupo instaura um regime totalitário baseado em noções distorcidas do antigo testamento bíblico, retirando os direitos das minorias e das mulheres, em especial. Com protagonismo da atriz Elisabeth Moss (O Homem Invísivel, Mad Men), a produção tem Bruce Miller como showrunner, que também trabalhou em The 100 — outra distopia, por sinal.
FAHRENHEIT 451
Produção da HBO estrelada por Michael B. Jordan, e baseada no livro de mesmo nome de Ray Bradbury, Fahrenheit 451 apresenta um futuro onde um governo tirano proibe a leitura e posse de livros. No longa, alguns agentes do Estado são encarregados de queimar todos os livros do país, com exceção de alguns, como a Bíblia. Focado em uma sociedade altamente tecnológica, Fahrenheit 451 faz parte do grupo das distopias futuristas, assim como os clássicos Blade Runner e Os 12 Macacos.