O ano de 2020 foi complicado para todo mundo, não é mesmo? Mas se o mundo do cinema sofreu com a pandemia, o público seguiu sendo agraciado pelas séries de TV. Afinal, o streaming está mais importante do que nunca, enquanto as emissoras de TV também investem em projetos mais ousados para manter a atenção do espectador.
Após muitas discussões online, a redação do AdoroCinema reuniu suas 20 séries favoritas do ano. Para a lista, só valem obras que foram exibidas no Brasil — seja na TV ou pelo streaming. Mas antes disso, já fica aqui nossa menção honrosa para programas que não tiveram temporadas completas, mas soltaram episódios especiais que abalaram nossos corações: Sob Pressão e Euphoria!
Pronto, agora podemos começar. Confira abaixo a lista oficial:
20º Little Fires Everywhere
"Little Fires Everywhere aparenta seguir diversos caminhos individuais no início, mas todos acabam conversando entre si. Seja com relação à caçula Izzy (Megan Stott) e seu sentimento de não-pertencimento; com Mia (Kerry Washington) e o dever que sente para trazer um pouco de justiça; ou com a própria Elena (Reese Witherspoon) e sua visão de mundo que preza muito mais pelo controle do que a própria felicidade, todos os pontos se interligam." Confira a crítica completa de Little Fires Everywhere.
19º Bom Dia, Veronica
"É preciso dizer que Bom Dia, Verônica não é uma série para todos os públicos. Sim, existem cenas violentas na narrativa, indicada apenas para maiores de 18 anos, mas nem é apenas por isso. O que embrulha o estômago é perceber como trata-se de uma história que não está muito longe da realidade. Vivemos numa sociedade onde a palavra da mulher é desacreditada, onde vítimas são taxadas de loucas ou dramáticas, e onde o status é mais importante do que o caráter da pessoa — por muitas vezes, inclusive na hora de enfrentar a justiça." Leia a crítica completa de Bom Dia, Verônica.
Bom Dia, Verônica: Elenco e criadores contam como levaram crimes da vida real para a série (Entrevista Exclusiva)18º Lovecraft Country
"Assistir a nova série da HBO é estar imerso em uma cultura poderosa, que vem sendo oprimida silenciosamente desde os primórdios do cinema e televisão. [...] Sem medo de ousar, Lovecraft Country entrega visuais impecáveis — que irão ditar um novo padrão de qualidade para obras do gênero —, performances comoventes e uma proposta corajosa o suficiente para cutucar todas as feridas de uma sociedade violentamente desigual. " Confira a crítica completa de Lovecraft Country.
17º O Gambito da Rainha
Quem iria apostar que uma série sobre xadrez seria um dos maiores sucessos da Netflix? Trazendo drama e emoção para um esporte de nicho, O Gambito da Rainha conseguiu conquistar o público, mesmo com seu nome peculiar. Provando ser um dos maiores talentos de sua geração, Anya Taylor-Joy entrega uma Beth conturbada, porém genial, trazendo uma visão feminina daquela jornada de ascensão já tão vista na ficção. Sem falar que o design de produção e o figurino da série são impecáveis. E os memes, então?
O Gambito da Rainha: Série da Netflix está atraindo mais mulheres para o xadrez16º A Máfia dos Tigres
"A completa dificuldade em definir do que se trata A Máfia dos Tigres é também o que faz com que a série seja tão interessante e peculiar. Aqueles que são apaixonados pelo ritmo caótico de acontecimentos e não se importam em sentir choque, vergonha alheia, incompreensão, surpresa, comédia e aflição (tudo ao mesmo tempo), certamente encontrarão seu lugar na audiência da série." Veja a crítica completa de A Máfia dos Tigres.
15º Mrs. America
"Fica claro que Mrs. America não está querendo vilanizar ou glorificar nenhum dos partidos do debate pelo feminismo. Mas também não transforma Schlafly numa anti-heroína para quem você irá torcer no final, apesar de ser interpretada por alguém com o carisma de Cate Blanchett. Você sabe que ela está agindo de forma completamente errada, só não pode negar a genialidade de seus atos. Da mesma maneira que é possível ver as imperfeições de ídolos feministas, que também precisavam fazer sacrifícios para tentar avançar num cenário machista."
14º Upload
"Pegando o gancho das tais questões existenciais, talvez o maior acerto de Upload seja construir piadas excelentes baseadas na nossa própria liquidez amorosa e social. [...] Os entusiastas das novas tecnologias provavelmente vão gostar do que nos é apresentado ao longo da série, já que boa parte dos avanços no campo são uma versão propositalmente exagerada do que já se espera. [...] O que consagra Upload é o equilíbrio entre suas temáticas. As piadas, as sacas de inovações tecnológicas e o teor cômico sabe se intercalar muito bem com o mistério principal que ronda a trama." Confira a crítica completa de Upload.
Os 12 documentários mais bizarros da Netflix e outros serviços de streaming13º Eu Terei Sumido na Escuridão
"Eu Terei Sumido na Escuridão é muito mais do que uma obra de true crime. Diante do poder do arco principal, os crimes do East Area Rapist tornam-se, aos poucos, coadjuvantes de uma evolução comovente referente às suas vítimas. [...] Aliado à riqueza de detalhes do trabalho que Michelle executou, o documentário explora as complexas camadas dos traumas das vítimas apresentadas, o luto do marido e colegas de McNamara e, é claro, uma revisita moderna ao terror desencadeado há 40 anos." Leia a crítica completa de Eu Terei Sumido na Escuridão.
12º She-Ra e as Princesas do Poder
Já faz tempo que She-Ra e as Princesas do Poder circulava dentre os candidatos a melhores séries do ano, por seu show de representatividade durante anos. Porém, em sua quinta temporada, a animação de Noelle Stevenson se apresenta na melhor forma, encerrando a série da maneira que seu público desejava. E tudo isso podia ter dado muito errado se a redenção de Catra/Felina não fosse feita da maneira correta. Mas foi emocionante, gradual e merecedora.
11º What We Do In The Shadows
Mesmo tendo o adorado Taika Waititi como um de seus produtores, What We Do in the Shadows ainda não chamou a atenção do grande público. O que é um absurdo, já que trata-se de uma das melhores comédias atuais. Brincando com os clichês do mundo sobrenatural de forma criativa, é construída uma série com personagens irresistíveis e situações hilárias. Só o episódio onde Laszlo (Matt Berry) foge de um vampiro vivido por Mark Hamill já merecia uma vaga nessa lista.
The Crown: Produções na Netflix para entender mais sobre a família real britânica10º The Crown
"A Rainha Elizabeth (Olivia Colman) pode até ser a protagonista da história, afinal a coroa está sobre sua cabeça. Mas precisa dividir o espaço com duas mulheres que tiveram suas marcas na história, para o melhor e para o pior. E o criador Peter Morgan conhece muito bem o poder que os nomes Princesa Diana (Emma Corrin) e Margaret Thatcher (Gillian Anderson) despertam na audiência." Veja a crítica completa de The Crown.
9º High Fidelity
"High Fidelity continua sendo uma experiência importante, e acima de tudo, necessária. Todos os episódios oferecem um olhar maduro sobre os conflitos inerentes à vida. A gama de reflexões abrange questões sociais — como o racismo e o machismo — e também alguns embates emocionais, como a solidão e a falta de autoconfiança. Portanto, é impossível não se enxergar nas ocasiões retratadas, ou apenas criar empatia pelos personagens. E de quebra, ainda podemos cantar muito enquanto sentimos várias emoções." Confira a crítica completa de High Fidelity.
8º Ozark
Quando você acha que a situação de Ozark não pode ficar mais tensa, os personagens de Jason Bateman e Laura Linney se encontram em outras situações complicadas — para o deleite do público, que se encontra diante de um puro drama criminal, onde riscos e expectativas ficam cada vez maiores. A composição do clima de suspense, com performances incríveis (inclusive Julia Garner, Janet McTeer e Tom Pelphrey) trazem um dos grandes destaques do catálogo da Netflix.
Qual foi a melhor série lançada em 2020? (Enquete)7º Nada Ortodoxa
Também conhecida como "a melhor série da Netflix que você ainda não viu", Nada Ortodoxa traz uma experiência imersiva e intensa sobre uma jovem que busca liberdade e autodescoberta em um Berlim, fugindo de sua religião e dos deveres que tem com sua família. É impossível não se emocionar com tal jornada da protagonista — vivida por Shira Haas, uma das revelações do ano — numa narrativa especial que mistura entretenimento com informação, sem pecar em exageros para conseguir o que quer.
6º Dark
"Passeando por algumas explicações complexas e outras nem tanto, Dark evidencia mais a capacidade dos roteiristas em garantir nossa atenção e algumas dúvidas até mesmo quando tudo parece encontrar um caminho unificado. Além disso, a montagem não só ajuda a nos situarmos com relação a qual época/mundo estamos como também sabe balancear de forma justa todos os núcleos. E o roteiro é consistente — assim como os aspectos técnicos (trilha sonora, fotografia, efeitos visuais e o uso de cores)." Leia a crítica completa de Dark.
Dark: Easter-Eggs que você não percebeu na 3ª temporada da série da Netflix5º Eu Nunca...
"O grande trunfo da série de Mindy Kaling e Lang Fisher é saber exatamente com quem está lidando. Devi é uma nerd, mas não cai nos estereótipos do termo. [...] Mesmo imperfeita, é possível se identificar e torcer pela personagem, que apenas está tentando superar tanta dor. É a base emocional de Eu Nunca... que segura a história. Além disso, a escolha da novata Maitreyi Ramakrishnan é perfeita, pois ela sabe dosar a arrogância da jovem com uma performance divertida e cheia de carisma. Veja a crítica completa de Eu Nunca....
4º The Mandalorian
"Mestre Yoda que me perdoe, mas a série do Disney+ é mais Star Wars que qualquer filme da nova trilogia. [...] A segunda temporada de The Mandalorian superou seu primeiro ano, conseguindo unir cenas adoráveis com Baby Yoda, ótimas sequências de ação e o carisma de Pedro Pascal à nostalgia da saga Star Wars, desde a filosofia dos Jedi até lutas de sabre de luz de arrepiar. " Confira a crítica da 2ª temporada de The Mandalorian.
Disney lançará 10 séries de Star Wars e 10 séries da Marvel. Confira quais são!3º Better Call Saul
"Better Call Saul investe muito bem na tensão e no progresso de personagens já bem construídos dentro de uma base praticamente inquebrável. Assim como em Breaking Bad, esta é mais uma produção que prioriza o tratamento de roteiro e personagens em primeiro plano, pois sabe que esta é a melhor forma de extrair o máximo de emoção do espectador mesmo que nada seja dito em cena. O lugar é familiar e os personagens também, mas ainda assim tudo parece tão novo..." Leia a crítica da 5ª temporada de Better Caul Saul.
2º Normal People
"O casal de Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal vai além de sua química inegável. Se destacam pela vulnerabilidade e honestidade que entregam em suas performances. A transformação de Marianne é algo palpável e dolorosa a cada capítulo, enquanto Connell conquista o espectador em sua simplicidade, mas também sabe destruir o seu coração. Inclusive, a série inteira pode te emocionar, mas são seus quatro episódios finais que mostram o brilhantismo emocional de Normal People." Veja a crítica completa de Normal People.
Normal People: "A série é muito sincera com o que é ser humano", diz Daisy Edgar Jones (Entrevista)1º I May Destroy You
Michaela Coel já tinha sido elogiada pela comédia Chewing Gum, mas ela surgiu com um projeto completamente diferente e inusitado que dominou a lista de queridinhos dentre a redação do AdoroCinema. Baseando a trama num abuso real que sofreu, ela transformou sua dor em arte. É uma trama pesada? Sim. Mas é algo que precisa ser debatido da forma como ela proporcionou: com diálogo aberto e acolhedor, através de honestidade na construção de seus personagens e situações. I May Destroy You não destrói, só nos deixa mais fortes.