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    Normal People: Crítica da minissérie

    Adaptação estrelada por Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal chega ao Brasil pelo Starzplay.

    Nota: 4,5/5,0

    Normal People é uma série irlandesa que, de pouco em pouco, vai conquistando o mundo. Chegando ao Brasil através da plataforma Starzplay, a adaptação do livro homônimo de Sally Rooney destaca o lado humano de um relacionamento, segundo os protagonistas Daisy Edgar-JonesPaul Mescal em entrevista para o AdoroCinema. O sucesso é tanto que a equipe por trás da minissérie já está planejando adaptar outra obra da escritora. E muitos questionam se vai conseguir abocanhar uma vaga na temporada de premiações. E, sinceramente, merece.

    Normal People adapta o brutal romance de Sally Rooney

    No papel, a premissa de Normal People é simples. Connell é o garoto popular, porém tímido, da escola. Marianne é uma jovem solitária, inteligente e desfiadora. Eles são de classes sociais diferentes, com personalidades opostas. Porém, como o acaso gosta de brincar, seus destinos cruzam e um romance começa. Porém, o que parece ser o início de uma fanfic engajada em clichês, se torna uma experiência singular justamente pela complexidade humana.

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    Entre Marianne e Connell surge um elo inegável, com um sensação de intimidade que não sentem com nenhuma outra pessoa. Mas eles são jovens (mesmo que Mescal, por mais talentoso que seja, não pareça ter 17 anos). E jovens que estão começando a experimentar a vida adulta têm a tendência de tomar decisões erradas, exagerar sentimentos, não saber se comunicar direito. Acrescente isso com a famosa frase "somos todos tolos no amor" e você tem um prato cheio de nuances e emoções para explorar. 

    Os anos passam, seu relacionamento vai e volta, só que a presença de um na vida do outro segue constante. E é assim que Normal People se encaminha, acompanhando as frustrações, alegrias e dilemas de cada um. Ele, procurando sua voz num mundo gigante. Ela, procurando amor e aceitação num mundo cruel. E, por diversas vezes, você quer só juntar os dois numa sala e fazer um discurso para eles entenderem o que estão fazendo de errado nessa vida. Mas você não pode, é apenas um espectador na torcida por uma história que não é o romance ideal de conto de fadas.

    Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal se destacam na produção

    Com apoio de Alice Birch e Mark O'Rowe, Sally Rooney soube adaptar seu próprio livro para as telinhas, mas, por tomar seu tempo sem pressa, o início da série demora para engrenar. Quando você começa a jornada, não faz ideia de onde chegará no final. Já a direção fica dividida entre Lenny Abrahamson e Hettie Macdonald, cada um assumindo metade da temporada. Felizmente, seus estilos conversam de maneira tão singela que você acompanha a transição de suas vozes junto com o crescimento de seus personagens.

    Outro grande trunfo? A trilha sonora, daquelas que te fazem procurar a playlist no Spotify logo em seguida. E precisa de muita coragem para colocar "Hide and Seek" em sua série, após ela ter sido imortalizada em The O.C.!

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    Só que, talvez, Normal People não funcionasse tão bem se tivesse outros protagonistas. O casal de Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal vai além de sua química inegável. Se destacam pela vulnerabilidade e honestidade que entregam em suas performances. A transformação de Marianne é algo palpável e dolorosa a cada capítulo, enquanto Connell conquista o espectador em sua simplicidade, mas também sabe destruir o seu coração — como no monólogo do episódio 10. 

    Inclusive, a série inteira pode te emocionar, mas são seus quatro episódios finais que mostram o brilhantismo emocional de Normal People. Sinceramente, é até difícil fazer essa crítica, pois é complicado explicar a magia da série. É que nem quando se pergunta a alguém como é estar apaixonado. Não tem como explicar. É preciso sentir. 

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