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    El Presidente: Conheça a história real do escândalo da Fifa por trás da série

    A história da chuva de dinheiro.

    Por mais que às vezes não pareça, o futebol e o cinema andam muito mais juntos do que imaginamos. Afinal de contas, ambos possuem reviravoltas tão únicas e fãs tão aficionados que não seria estranho imaginar um estádio lotado para assistir a um filme. Ou um cinema cheio para assistir um jogo. Ambos já aconteceram, aliás.

    Enfim! Se você for um entusiasta do universo esportivo, talvez ainda se lembre muito bem da chuva de dinheiro que caiu sobre Joseph Blatter, então presidente da Fifa, no dia 20 de julho de 2015. No entanto, o fatídico episódio da "chuva de dinheiro" carrega consigo uma história tão peculiar que a Amazon Prime Video decidiu sair na frente e transformá-la na interessante série El Presidente, conferida anteriormente em exclusividade pelo AdoroCinema.

    Mas hoje viemos com um propósito pouco diferente. Como já lançamos aqui um Primeiras Impressões e também algumas notícias, algumas perguntas surgiram por parte dos espectadores, como por exemplo: "mas o que é, afinal, o Fifa Gate?". Sendo assim, reunimos algumas informações sobre um dos maiores escândalos de corrupção da história do futebol.

    A HISTÓRIA REAL

    Pouco convidativo, com aparência de poucos amigos e um desejo de ter mais carisma do que realmente poissuía, o chileno Sérgio Jadue é aquilo que podemos chamar de homem errado na hora certa. Em uma época em que dinossauros do futebol — incluindo os brasileiros Ricardo Teixeira e José Maria Marin — dominavam completamente a "panelinha" dos dirigentes de futebol na América do Sul, tudo que pareceu necessário era um instruso para fazer história acontecer.

    Em 2014, havia acabado de falecer Julio Grondona, vice-presidência da Conmebol, e caiu sobre Sérgio a responsabilidade de assumir o posto, o que foi visto pelos outros dirigentes como uma piada, justamente considerando o quanto ele parecia não pertencer àquele grupo. Mas talvez fosse exatamente isso que o levou até ali em primeira instância, não é mesmo?

    Voltando um pouco na história, um detalhe importante acontecia. A sede da Copa do Mundo de 2022 acabava de ser definida, para espanto de todos os envolvidos, que esperavam os Estados Unidos, grande favorito na época para sediar o evento: Catar acabou sendo escolhida. A escolha aconteceu em 2010, mas logo voltaria a ser debatida.

    Bill Clinton, que era o presidente de honra dos Estados Unidos durante o evento de escolha à sede se mostrou irritado com a decisão e dizia não acreditar naquilo, visto que tudo indicava os Estados Unidos como favorito a conquistar a sediação. Denunciadores anônimos começaram a relatar para a imprensa que dirigentes da Fifa teriam aceitado propina e dinheiro lavado para escolherem Catar como a sede de 2022. E assim começou.

    UM DIA A CASA CAI

    Assim, a Fifa teve uma brilhante ideia: contratar um juiz particular e investigadores particulares para denunciarem casos de corrupção dentro da... própria Fifa. Que foi justamente quem os contratou. Em suma, é como se você estivesse traindo sua esposa e contratasse um juiz particular para investigar você mesmo para que você pudesse provar a sua esposa que não a trai. 

    Mas o tiro saiu pela culatra por causa de um nome: Michael Garcia, que acabou surgindo de última hora para chefiar os investigadores particulares. Ele acabou agindo por conta própria e encontrou diversas provas de que realmente a Fifa recebia propina e dinheiro sujo para tomar decisões que favorecessem certas partes. No entanto, seu relatório foi completamente ignorado pelo juiz particular da Fifa. 

    A Fifa deu o resultado do juiz, que os julgou como inocentes (que surpresa!) para a imprensa, a fim de provar que nada tinha a ver com aquilo. Ao mesmo tempo, Garcia resolveu levar a investigação um passo acima e chamou o FBI. E aí a casa caiu. 

    O FBI entrou com tudo na investigação, mas precisava de provas mais contundentes. Eles precisavam de uma fonte interna. Mas como conseguiriam um informante dentro de uma panelinha tão fechada? E aí surge o nosso herói, citado no início da matéria, Sérgio Jadue. O então vice-presidente foi contatado em segredo pelo FBI e passou a agir como informante, se entrosando cada vez mais no grupo de cartoleiros.

    Rapidamente, ele já estava amigo de todos. Dos brasileiros, dos venezuelanos, dos argentinos. Até mesmo do chefão da Fifa, Joseph Blatter. E assim, usando escutas e armando encontros falsos, ele conseguiu desmanter o maior esquema de corrupção da história do futebol: US$150 milhões, no mínimo, haviam sido lavados pela Fifa. Blatter foi expulso e diversos outros foram presos, incluindo José Maria Marin, ex-presidente da CBF. E parte disso está retratado em El Presidente, na Amazon!

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