A plataforma de streaming da Apple, o AppleTV+, já possui inúmeras produções originais que estão conquistando cada vez mais espectadores. Mas, nesta sexta-feira (24), o serviço acaba de lançar sua mais nova aposta que tem boas chances de estar presente em futuras premiações da televisão.
Em Defesa de Jacob (Defending Jacob), protagonizada por Chris Evans, é uma minissérie de suspense policial baseada no best-seller de William Landay. Os três primeiros episódios da produção foram liberados hoje e nós já assistimos!
Dirigida por Morten Tyldum (O Jogo da Imitação), a trama é focada na família Barber e no possível crime que o adolescente Jacob (Jaeden Martell) cometeu. Seus pais negam a todo o momento o envolvimento do filho no assassinato de um colega de classe, mas como Andy Barber (Evans) é um promotor de justiça que sempre fez seu trabalho muito bem e tem bastante prestígio entre os colegas, o choque vem em duas frentes. O personagem sofre tanto com a suspeita da polícia de que seu filho tenha alvo a ver com o assassinato de um jovem de 14 anos quanto com o medo do que isso poderá acarretar em sua vida pessoal e profissional.
Após descobrir que foi encontrada a digital de Jacob na cena do crime e que os próprios amigos do filho o consideram responsável pela morte do colega de classe, Andy passa a correr riscos de ambos os lados e este parece ser o principal foco da minissérie, aliado ao fator da dúvida. Afinal, o menino é inocente ou não?
O cenário apresentado de Em Defesa de Jacob é um tanto quanto clássico: a cidade é pequena, todas as pessoas se conhecem e a polícia local está mais do que disposta a encerrar o caso o quanto antes. Ao encontrarem o DNA de Jacob na cena (que o personagem posteriormente explica que, sem querer, encontrou o colega morto na floresta), os policiais fazem de tudo para conseguir um mandado de prisão.
A narrativa da minissérie possui duas linhas do tempo: uma, praticamente um ano após o crime, possui um clima mais carregado, com Andy (visivelmente cansado) depondo ao seu ex-parceiro de trabalho; já a outra linha nos apresenta a todos os fatos da época do crime, mantendo a dúvida que paira na mente dos Barber e o mistério envolvendo amigos de Jacob. Cedendo informações ao mesmo tempo que as intercalando com a nova vida de isolamento da família, a trama não se apressa em montar todo o terreno.
Até o terceiro episódio, Em Defesa de Jacob não dá tanta atenção ao crime em si, mas sim no peso do passado de Andy e nas questões que sua esposa Laurie (Michelle Dockery) passa a ter com relação ao próprio filho. Quando terríveis informações sobre a família de Andy chegam à tona, o roteiro insere uma curiosa pergunta que o próprio Jacob faz: "Eu tenho os genes do mal?".
A nova produção do AppleTV+ possui muitos pontos positivos, a começar pela ótima atuação do trio principal formado por Evans, Dockery e Martell. Enquanto o intérprete do filho mantém em seu olhar frio e distante as informações que precisam ser reveladas uma hora ou outra, as performances dos pais aflitos e agoniados com a situação balanceiam a emoção desta situação tão delicada. A dinâmica familiar é marcada pelos silêncios e o medo do que está por vir.
Com uma bela fotografia que destaca tons frios e escuros, Em Defesa de Jacob também possui uma boa direção que expõe os dramas dos personagens com cuidado, expondo-os na medida certa para que a curiosidade fique sempre em primeiro plano. A minissérie promete se sustentar com o que já nos entrega nos primeiros capítulos: provocando questões cujas respostas podem ser assustadoras e apoiando-se na ótima escolha de seu elenco.