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    As 10 melhores séries da década segundo a redação do AdoroCinema

    Vamos celebrar grandes momentos que as telinhas nos proporcionaram nos últimos dez anos!

    As retrospectivas continuam e agora chegou a vez dos seriadores ganharem seu espaço. Afinal, dá para acreditar quanta coisa mudou, na forma de consumir TV, durante os últimos 10 anos? Os serviços de streaming explodiram, a TV passou a ser tão prestigiada quanto o cinema, atraindo nomes de Hollywood para as telinhas.

    A redação do AdoroCinema se reuniu para escolher quais foram as melhores séries da década. Mas nada de contar apenas determinada temporada, estamos considerando a totalidade de cada obra, deixando o processo ainda mais complicado. Quem disse que vida de jornalista cultural era fácil?

    Para tal lista, as regras foram um pouco diferentes: a série até pode ter começado na década passada, mas a maioria de sua exibição nas telinhas tem que ser dentro do período entre 2010 e 2019. Ou seja, nomes como Breaking Bad entraram na disputa, pois foi iniciada em 2008, mas só terminou em 2013, cumprindo as condições necessárias. 

    Confira abaixo e conte para gente, qual foi sua série preferida da década?

    10. Sob Pressão

    "Provavelmente o maior desafio ao público nacional em relação a qualquer seriado médico mais conhecido internacionalmente, como Grey's Anatomy e E.R, por exemplo, é obter uma contextualização palpável a problemas mais realistas, dentro do nosso cenário socioecômico. Ambientada em torno de uma equipe médica atarefada com muito mais trabalho do que consegue suprir — o que, inclusive, reflete diretamente em importantes questões governamentais —, Sob Pressão traz, a cada episódio, uma superprodução diferente. Repletos de cargas dramáticas que não se perdem entre a sutileza de seus personagens, Julio AndradeMarjorie Estiano entregam duas das melhores atuações brasileiras de 2019, o que só reforça o quanto a série sabe colocar os pés no chão sem deixar de lado os arcos narrativos frenéticos" (Ygor Palopoli)

    9. Rick and Morty

    "Existencialismo, batalhas intergaláticas, desvalorização da consciência humana, niilismo e multiversos paralelos. Parecem apenas descrições aleatórias de várias obras de ficção que não se conectam entre si, mas a forma como Rick and Morty junta todas estas temáticas e as une em uma narrativa cômica e absurda, sem perder a coesão em nenhum momento, certamente é o seu maior mérito. Sem medo de criticar questões socialmente sensíveis através da sátira, como dogmas religiosos e síndromes de pequeno poder, a obra de Justin RoilandDan Harmon usa da magnitude do universo para reforçar algo que constantemente parecemos nos esquecer: não somos absolutamente perante ao universo. E é possível não apenas encarar o lado bom desta afirmativa, como também rir dela. Bastante. (Ygor Palopoli)

    8. Parks and Recreation

    "Sustentar as histórias de dez personagens regulares de forma criativa e ainda conservar o ambiente ao redor de Pawnee, cheio de participações regulares e lugares específicos é algo bem complicado — feito por maestria pelo showrunner Michael Schur. A comédia passou a investir em assuntos políticos, mas sem ficar rebuscado além da conta. Parks and Rec tem um humor simples e com críticas convenientes sobre poítica. [...] É aquela série que te faz sorrir depois de um dia puxado, com tantas sequências memoráveis que fica impossível enumerar todas aqui. No fim, Andy e April provam que o amor existe (não importa quão estranha seja sua personalidade), Tom e Donna querem mostrar que você merece tratar bem a si mesmo (Treat yo self!) e Leslie só quer ensinar que sendo determinada e positiva, você pode realizar seus sonhos." Confira o texto completo no AdoroNostalgia sobre a comédia.

    7. Euphoria

    "Se o início da série — especificamente, o primeiro episódio — se comporta como um teste, uma confusão de banalidades em que é impossível discernir se estamos diante de um comentário irônico sobre a modernidade ou apenas mais uma entre a profusão de séries ou filmes que tentam sem sucesso romper paradigmas, Euphoria rapidamente ganha foco nos episódios seguintes quando se dedica especificamente a cada um dos personagens centrais e destrói cada uma das fachadas com histórias complexas e ricas de adolescentes ao mesmo tempo entediados, nervosos, impulsivos e apaixonados." Leia a crítica da primeira temporada.

    6. Atlanta

    "Justamente graças ao background de Donald GloverAtlanta se baseia em formatos clássicos de sitcom. Cada episódio parte de uma premissa simples. O diferencial é de onde ele parte com isso. Ao invés de acelerar por estes conflitos, os episódios pisam no freio e extraem o inimaginável de cada detalhe. A graça, portanto, está justamente no bizarro. Mas o bizarro também é onde ele encoberta o drama, talvez com certos requintes de “crueldade”. A eficiência da parte dramática da série vem da inspiração em situações pessoais, mas a tensão está sempre mascarada entre o que é “distrator”." Confira nossa crítica da segunda temporada.

    5. Brooklyn Nine-Nine

    "Ouvir que o politicamente correto vem sendo um obstáculo para a realização do humor de qualidade tem sido uma constante que é facilmente invalidada pelo excelente funcionamento de obras como Brooklyn Nine-Nine. Tendo como sua principal força motriz a contemporaneidade muito bem inserida na narrativa (rendendo ótimas piadas, inclusive), a série trata de temáticas relevantes sem nunca perder o ritmo enérgico da trama. Assim como faz em The Good Place e Parks and RecreationMichael Schur constrói uma base extremamente sólida de personagens cativantes e únicos. No caso de Brooklyn Nine-Nine, as interações entre o elenco principal são muito bem divididas e espalhadas, o que ajuda a extrair o que há de melhor no desenvolvimento de cada um" (Ygor Palopoli)

    4. Mad Men

    "Um escritório de publicidade nos anos 60 é a ambientação perfeita para que o clima de uma Nova York conhecendo a modernidade seja construído. O grande mérito da série de Matthew Weiner é o desenvolvimento de todos os personagens ao longo das temporadas, sem exceção. Em Mad Men, através do protagonista Don Draper (Jon Hamm) conhecemos uma gama de histórias no âmbito pessoal e profissional, que funcionam separadamente de maneira fascinante. Vale também destacar a força das personagens femininas da série, especialmente com Peggy (Elisabeth Moss). O machismo do ambiente de trabalho é o propulsor para que o protagonismo de Peggy e outras personagens seja ainda mais gritante. Falando assim, pode até parecer que Mad Men aborda muitos assuntos em uma só narrativa, mas a verdade é que os orquestra com maestria do início ao fim." (Barbara Demerov)

    3. Game of Thrones

    "O drama de fantasia da HBO aproveitou a maré do fim deste ciclo e iniciou o seu próprio, mesmo que não tenha feito isso de forma proposital. Game of Thrones ainda navega com esta maré de personagens que existem em uma zona moral cinza, que tomam decisões dúbias e questionáveis e obrigam o público a ver os lados bom e ruim ao mesmo tempo dos seus personagens favoritos e dos mais odiados — e oferece uma gama tão variada de motivos que é perfeitamente cabível que o personagem favorito de uns seja o mais odiado de outros, e ambos os lados tenham uma parcela de razão neste debate. Por isso, o que a história faz ao existir neste “fim” dos Homens Difíceis é aprofundar o que já estava disseminado na TV, e aplicar o conceito a um subgênero específico (a fantasia), e com muito dinheiro (o da HBO). [...] Game of Thrones não é uma série de TV, é um evento. Se você não assistiu ao episódio do Casamento Vermelho no domingo à noite na hora em que ele foi exibido, a responsabilidade de fugir dos spoilers era sua. Leia nossa matéria especial sobre GoT.

    2. Fleabag

    "Esse é o bacana de Fleabag. Sua naturalidade. Todos aqueles retratados na tela têm sérios problemas, mas até o ser mais desprezível encontra seu momento de humanidade. Ao mesmo tempo, nada é escancarado na cara do espectador, através de algum monólogo exaltando sentimentos de forma épica. Na verdade, a maioria das longas declarações são até meio incômodas. Os detalhes caprichados que trazem o lado mais emocional a tona. [...] E o melhor de tudo? Essa profundidade emocional segue acompanhada por tiradas sagazes hilárias, que — junto com uma edição sagaz e aquela dramática trilha principal — ajudam a conduzir de maneira que surpreenda a quem assiste. É algo que não vemos na TV em muito tempo, a tal ponto que Fleabag se tornou uma joia rara. Leia nossa crítica da segunda temporada.

    1. Breaking Bad

    "A série criada e produzida por Vince Gilligan fez história e é até hoje comparada com The Sopranos, vide tamanha influência que rendeu para toda uma geração. A saída nada convencional encontrada por Walter White (Bryan Cranston), professor de química com câncer terminal que, de início, apenas queria garantir um futuro para sua família, acabou criando um dos maiores dramas contemporâneos envolvendo família, ego e sacrifícios nada fáceis. Vencedora de 16 Emmys, Breaking Bad apresenta a corrupção de um homem que acaba sendo sugado pela sede de poder e ganhou muito mais fôlego graças à Netflix, que expandiu o alcance da série até a culminação da última temporada, finalizada em 2013. Com inúmeros episódios icônicos — desde "The Fly" até "Ozymandias", a produção manteve do início ao fim sua originalidade e respeito com a trajetória de seus personagens." (Barbara Demerov)

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