American Crime Story está de volta aos eixos. A 3ª temporada da série antológica de Ryan Murphy já tem data de estreia e um time pesado de protagonistas. Intitulada Impeachment: American Crime Story, a nova empreitada vai narrar o escândalo do presidente americano Bill Clinton, que levou a um pedido de impeachment após a explosão do seu caso com Monica Lewinsky.
Com estreia marcada para 27 de setembro de 2020, Impeachment: American Crime Story terá Beanie Feldstein (Fora de Série, Lady Bird) como Monica Lewisnky, Sarah Paulson como a ex-funcioária civil Linda Tripp e Annaleigh Ashford como Paula Jones, ex-funcionária do estado de Arkansas que moveu o processo por assédio sexual contra Clinton.
O histórico de American Crime Story com o escândalo Clinton-Lewinsky é antigo. Murphy havia anunciado em 2017 que a história seria a 4ª temporada de sua antologia criminal. À época, a Fox 21 Television Studios e o FX Productions adquiriram os direitos de adaptação do livro "A Vast Conspiracy: The Real Sex Scandal That Nearly Brought Down a President" (em tradução livre: "Uma Vasta Conspiração: O Real Escândalo Sexual que Quase Derrubou um Presidente"), do autor Jeffrey Toobin — cuja outra obra foi a base para a primeira temporada de ACS, a irreparável O Povo contra O.J. Simpson.
Pouco mais de um ano depois do anúncio do projeto, Murphy voltou atrás, explicando que a equipe sairia em busca de outras histórias. Em entrevista, o produtor justificou: "Eu disse [a Monica]: 'Ninguém deveria contar a sua história além de você mesma, e é meio grosseiro que outros o queiram. Se você quiser produzir comigo, eu adoraria; mas é você quem deve ser a produtora e é você que deve receber todo o lucro". À época, a adaptação de Katrina (que inicialmente seria a 2ª temporada, depois passando a ser a 3ª) também caíra completamente por terra.
Isso nos leva exatamente ao anúncio de Impeachment como a 3ª temporada. Monica Lewinsky está oficialmente a bordo como produtora, enquanto Sarah Burgess assina o roteiro e servirá como produtora executiva ao lado do fiel time de Murphy, que conta também com Nina Jacobson, Brad Simpson, Brad Falchuk, Larry Karaszewski, Scott Alexander, Alexis Martin Woodall e Sarah Paulson. A ideia é que a temporada traga para o centro da história as visões das mulheres envolvidas no processo.
O "Escândalo Clinton-Lewinsky" surgiu por uma suposta relação extra-conjugal do então presidente norte-americano Bill Clinton com Monica Lewisnky, estagiária da Casa Branca. A investigação que quase levou ao impeachment de Clinton começou quando Paula Jones iniciou um processo por assédio sexual contra o democrata. Inicialmente recusado por falta de provas, o caso mudou quando Linda Tripp, a quem Lewisnky havia revelado seu relacionamento com o presidente, decidiu intervir.
Quando Lewinsky passou de testemunha do caso de Jones a acusada, depois de tentar convencer Tripp a mentir sobre o que sabia, decidiu entregar as provas que tinha em troca de imunidade — entre estas provas estava o icônico vestido com manchas de sêmen do presidente.
Durante todo o caso, Hillary Clinton ficou ao lado de seu marido, denunciando a investigação como uma "vasta conspiração da direita". No fim, embora o Congresso tenha votado a favor do processo de impeachmet, o mesmo não foi aprovado pelo Senado, e acabou sendo arquivado pela juíza Susan Webber Wright.
Em entrevista concedida à Vanity Fair, Lewinsky contou: "Eu estava hesitante, e mais do que um pouco assustada de assinar [o contrato]. Mas depois de um longo jantar com Ryan eu entendi mais claramente como ele está dedicado a dar uma voz aos marginalizados em todo o seu trabalho. Sinto-me privilegiada de trabalhar com ele e outras pessoas talentosas no time, e privilegiada por ter esta oportunidade.
"As pessoas têm cooptado e contado minha parte desta história por décadas. De fato, não foi até os últimos anos que fui capaz de retomar completamente a minha narrativa; quase 20 anos depois."
Questionado sobre a possibilidade de a narrativa da série influenciar nas eleições presidenciais de 2020, dada a estreia em setembro, o CEO do FX, John Landgraf, defendeu o lançamento e considerou a preocupação dos jornalistas "histérica":
"Da forma como olhamos para American Crime Story, é uma história revisionista; olhamos para momentos no tempo que envolvem crimes para os quais podemos olhar com mais nuance, mais complexidade através da escrita e personagens. Sinto-me impassível sobre meu orgulho de American Crime Story... há muitas nuances nesta história que as pessoas ainda não conhecem."