Neil Gaiman sabia que ia irritar algumas pessoas ao criar a sarcástica história da amizade (ou talvez algo a mais?) entre um anjo e um demônio, na jornada de destruir o Anticristo e impedir o apocalipse. Mas ninguém imaginava que a história chegaria a tal ponto inusitado...
Um grupo religioso lançou uma petição online exigindo o cancelamento de Good Omens por blasfêmia. O curioso é que tal campanha foi, originalmente, direcionada para a Netflix, enquanto a série é uma produção original da Amazon Prime Video! Obviamente, tal confusão rendeu muitos comentários nas redes sociais — inclusive as próprias plataformas entraram na brincadeira.
A Amazon comentou: "Hey @Netflix, nós cancelamos Stranger Things se vocês cancelarem Good Omens", brincando com o famoso fenômeno estrelado por Millie Bobby Brown.
Por sua vez, a página britânica da Netflix respondeu: "Ok, prometemos não fazer mais!"
Autor do livro original e produtor da série, o próprio Gaiman entrou na polêmica em diversas publicações, até compartilhando o tweet da Netflix: "Amo que eles escreveram para a Netflix para tentar cancelar Good Omens. Isso diz muita coisa realmente. Isso é tão lindo... Promete que não irá contar para eles?"
O grupo religioso Return to Order percebeu o erro e já alterou sua petição, assumindo a confusão e mantendo as reclamações — dessa vez, direcionadas para a Amazon. Dentre as acusações, eles afirmam que a trama estrelada por Michael Sheen e David Tennant retrata demônios como pessoas normais e até boas, critica um grupo de freiras satanistas, além de rejeitar a voz feminina de Deus, interpretada por Frances McDormand. Até o momento, tal campanha acumulou 20 mil assinaturas.
Durante um bate-papo exclusivo com o AdoroCinema, Gaiman já tinha comentado sobre a reação do público conservador: "Se você ficar ofendido com os primeiros cinco minutos, o resto é muito pior". Leia a crítica do AdoroCinema para Good Omens e confira outras entrevistas com as duplas Michael Sheen/David Tennant e Jon Hamm/Adria Arjona.