Responsável por algumas das batalhas favoritas dos fãs de Game of Thrones, o diretor Miguel Sapochnik está de volta para comandar o 3º episódio da oitava e última temporada da série. O aguardado episódio, ainda sem título oficial divulgado, vai trazer a Batalha de Winterfell, contra o exército dos mortos que veio do Para Lá da Muralha. E, a fim de entregar o melhor material possível, o diretor mergulhou em referências dos grandes embates mais icônicos da sétima arte.
Em entrevista concedida à Entertainment Weekly, Sapochnik revelou que começou a trabalhar nos dois episódios que dirige (o 3º e o 4º) em junho de 2017: "Em termos de quantidade de trabalho, foram de seis a sete dias por semana, entre 16 e 18 horas diárias", contou, revelando que foram sete meses e meio dedicados no total. "Sabia que era muita coisa quando entrei no negócio, e me sentia mais confiante porque tenho um formato agora de como abordar os episódios e dividí-los em partes."
Sapochnik venceu o Emmy Awards de melhor diretor em 2016, pelo episódio "Battle of the Bastards", o 6x09 da sexta temporada. Mas ele também é a mente por trás do episódio final da sexta temporada, que tem a icônica sequência da Explosão do Septo de Baelor. Antes disso, comandou também os episódios 7 e 8 da quinta temporada — consequentemente, tem também no currículo a Batalha de Hardhome.
Para a Batalha de Winterfell, a referência principal foi clara:
"Para o meu ponto de referência, eu assisti a [O Senhor dos Anéis - As Duas Torres] porque a sequência de batalha tem 40 minutos, mas na verdade são três batalhas diferentes em três locais distintos entrecruzadas. Aquela foi a maior batalha em que pude pensar, das contemporâneas. Estava tentando ter uma ideia de quando as pessoas se cansam. Acho que vamos passar aquilo. Parece que a única forma de abordar [esta batalha] corretamente é pegar cada sequência e se perguntar: 'Você se importaria em continuar assistindo?'
Uma coisa que eu descobri é que quanto menos ação — quanto menos luta — você puder ter em uma sequência, melhor. Também estávamos trocando de gêneros. Tem suspense, terror, ação e drama, não estamos presos em matança depois de matança porque se for assim todo mundo perde a sensibilidade e então não significa mais nada."
A Batalha de Winterfell promete ser um dos grandes momentos da temporada, ainda que as fotos e o trailer tenham revelado pouca coisa, como é de praxe. O roteiro é dos showrunners da série, David Benioff e D.B. Weiss.
Uma coisa que eu descobri é que quanto menos ação — quanto menos luta — você puder ter em uma sequência, melhor. Também estávamos trocando de gêneros. Tem suspense, terror, ação e drama, não estamos presos em matança depois de matança porque se for assim todo mundo perde a sensibilidade e então não significa mais nada."
"Isso é um terror de sobrevivência. Isso é o episódio para mim. O que percebemos é que você olha para, por exemplo, Assalto à 13ª DP, filmes onde um grupo está sob ataque, geralmente tem um grande elenco reunido e um tema central. Então eu tentei trabalhar as histórias e a quem elas pertencem. Isso é diferente do que eu havia feito anteriormente, que geralmente era sob a perspectiva de Jon (Kit Harington)", refletiu.
"Aqui eu tenho mais ou menos 20 membros do elenco e todo mundo quer que seja a sua própria cena. Isso é complicado porque eu acho que as melhores sequências de batalha são quando você tem um ponto de vista forte, e aqui o ponto de vista é objetivo mesmo quando você vai da história de uma pessoa a outra. Quando você vai alternando, a perspectiva se torna objetiva, quer você queira ou não. Eu ficava pensando: 'Estou contando a história de quem agora? Quais restrições isso coloca sobre mim que torna isso algo bom?'", finalizou.
Game of Thrones vai ao ar na HBO, todos os domingos, às 22h.