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    Star Trek - Discovery: Crítica da 2ª temporada

    Série entrega temporada repleta de referências clássicas, e coloca pontos nos i's.

    Nota: 4,0 / 5,0

    Star Trek: Discovery retornou para uma segunda temporada concisa, repleta de referências à série clássica e um prato cheio tanto para fãs novos quanto antigos. Com 14 episódios, desta vez sem midseason (ou seja, sem quebras no meio da temporada, dando maior continuidade), e quatro curtas-metragens que fazem a ligação do primeiro com o segundo ano da série, a nova temporada trouxe como pano de fundo o mistério sobre os sinais misteriosos e sobre o Anjo Vermelho, uma suposta entidade que indicava o caminho a seguir.

    No geral, esses elementos agiram como migalhas de pão para a investigação da tripulação da Discovery, gerando o que pareciam ser episódios procedurais — um caso por semana, por vezes independente do restante da temporada, como sempre foi o padrão de Jornada nas Estrelas. Entretanto, nos episódios finais da temporada, veio a grata surpresa de cada um desses planetas visitados e povos ajudados seria parte de um plano maior, dando um desfecho satisfatório para o segundo ano da produção.

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    Em meio a viagens no tempo, batalhas muito bem executadas, um vilão megalomaníaco e divergências da nave em relação à unidade independente da Frota Estelar Seção 31, Star Trek: Discovery consegue dar voz à temáticas importantes e complexas como refugiados, guerras e inteligência artificial. Nesse sentido, levantou a recorrente questão no universo de Star Trek: se a Frota Estelar deveria ou não interferir com o desenvolvimento de outras culturas e civilizações. É interessante notar como cada série da franquia lida com isso de forma diferente. Enquanto Kirk (William Shatner) certamente colocava o pé na porta; Picard (Patrick Stewart) tinha longas conversas existenciais com Data, antes de tomar uma atitude não menos drástica que Kirk.

    Ainda assim, a produção trouxe uma temporada focada em personagens. "Família" foi um enredo bastante explorado, mergulhando nas histórias passadas de Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) e seu relacionamento com Spock (Ethan Peck), Saru (Doug Jones) e sua irmã Siranna (Hannah Spear), e o que o conceito significava também para Paul Stamets (Anthony Rapp) e Hugh Culber (Wilson Cruz). Além disso, fica bastante claro que a dinâmica entre a tripulação da Discovery, especialmente na emocionante cena entre Michael e Saru, no quarto episódio.

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    Discovery, inclusive, conseguiu continuar com a excelência de seu elenco. Não só Martin-Green e Jones brilham em suas atuações, como também Mary Wiseman segue gerando identificação com o público ao interpretar Tilly; Anthony Rapp consegue fazer o público sentir suas emoções, ainda que tímidas; e Michelle Yeoh aparece primorosa como Phillipa Georgiou, não à tão ganhando as melhores frases de efeito da temporada.

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    As novas adições do elenco também não ficam para trás. Ethan Peck aparece excelente, entregando uma versão inédita de Spock, barbudo e menos seguro de si. Entretanto, ele não consegue fugir da sombra do icônico Leonard Nimoy (mas, sejamos sinceros, ninguém consegue). Já Anson Mount entrega um Capitão Christopher Pike íntegro e praticamente perfeito em relação às iterações anteriores do personagem. Ousamos dizer que ele merece sua própria série de TV, comandando a Enterprise. Falando na famosa nave, ela aparece como um tributo à Jornada nas Estrelas clássica, sem deixar de modernizar alguns detalhes que jamais poderiam ter sido feitos em uma produção dos anos 60.

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    Com um início de temporada lento — demorando a apresentar seu chamariz (Spock) —, Star Trek: Discovery conseguiu costurar a trama de toda a temporada, e empolgar em sua metade final. Entregou um episódio final duplo memorável e com muitas portas para o futuro. Para os fãs que estavam preocupados com a inserção de Discovery no canon da franquia e de Burnham como irmã de Spock, a série encontrou um desfecho satisfatório.

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