ATENÇÃO! Contém spoilers do episódio 13 da 9ª temporada de The Walking Dead, "Encurralamento".
Seguindo a famosa fórmula de focar em histórias pouco interessantes ou mesmo verossímeis para o público, The Walking Dead conseguiu se reinventar. "Encurralamento" ("Chokepoint", no original) traz uma das melhores cenas de ação da série — protagonizada por Daryl (Norman Reedus) e Beta (Ryan Hurst).
A série tirou Alfa (Samantha Morton) de cena por um momento para focar em Beta. Especialmente mostrando como ele lida os demais Sussurradores, mais próximo e cauteloso que a líder. Mesmo frente aos inimigos, quando seu porte, visual e voz intimidam, ele deixa claro que não acredita no estilo de sociedade tradicional, mas que não quer atacá-los, só quer recuperar Lydia (Cassady McClincy). Destaque para a atuação de Ryan Hurst (Sons of Anarchy), primoroso no papel.
Toda a sequência que envolve o conflito entre os mocinhos e os Sussurradores é empolgante. Como TWD não tem sido em muito tempo. Apesar de forçar o relacionamento entre Henry (Matthew Lintz) e Lydia. O plano dos dois e de Daryl e Connie (Lauren Ridloff) de escapar dos zumbis e montar uma armadilha para os Sussurradores é repleta de tensão e adrenalina, provando que a série sabe mesmo fazer cenas de ação. A briga entre Beta e Daryl certamente foi o principal ponto alto do episódio.
Infelizmente, no entanto, nem Henry nem Lydia são personagens que o público teve tempo de criar uma forte conexão. Por mais que Matthew Lintz faça um Henry muito mais identificável do que seu irmão Macsen Lintz, que interpretava a versão criança do personagem, simplesmente chata e incoveniente; é inevitável a comparação de como seria esse arco caso Chandler Riggs ainda estivesse na série interpretando Carl. Sem contar que um possível relacionamento entre Daryl e Connie pareceria um pouco mais verossímel.
O episódio também focou na organização da Feira no Reino. Enquanto a introdução dos Salteadores (Highwaymen, no original) foi um tanto quanto inesperada (e até desnecessária), gerou tensão e um momento positivo de destaque para Carol (Melissa McBride). Mais adepta às negociações do que à violência, ela vai contra a ideia de Ezekiel (Khary Payton) de atacar os sobreviventes recém-conhecidos, apontando que eles enviaram uma carta civilizada e "gramaticalmente correta". O arco tira o público um pouco da ideia da ameaça dos zumbis e mesmo dos Sussurradores para valorizar as pequenas coisas no apocalipse: filmes, chuveiro quente, papel higiênico, etc.
Outro arco foi o de Tara (Alanna Masterson) com o comboio que se dirigia para o Reino. Mais uma vez, a série aposta em personagens desconhecidos e pouco interessantes, ou que não tem espaço no roteiro para serem desenvolvidos, como Tammy (Brett Butler), Earl (John Finn) e o bebê.
Esperamos que TWD continue focando em sequências com ares de tensão o suficiente para levar o público de volta aos primeiros anos da série.
Os novos episódios da 9ª temporada de The Walking Dead são exibidos todos os domingos, às 22h30 nos canais Fox e Fox Premium.