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    Retrospectiva 2018: Os melhores episódios de séries de TV

    Seriadores, vamos relembrar as melhores horas que passamos em frente à TV!

    14. 'Protocol' (Homecoming)

    Foi nesse momento quando todos os espectadores de Homecoming ficaram boquiabertos e exclamaram: "Agora tudo faz sentido". Durante vários episódios, Sam Esmail se esforçou em criar uma trama intrigante, com poucas respostas e duas linhas temporais de estilos bem surreais. Uma em formato normal. Outra, com frames quadrados. Curiosamente, "Protocol" une tudo usando as jornadas paralelas de Thomas (Shea Whigham) e Heidi (Julia Roberts) em busca da tão desejada verdade. E quando tudo parecia perdido, a performance da protagonista muda drasticamente a partir de um simples som, os flashbacks passam a fazer sentido e a tela em quadrado se abre junto com a visão e o conhecimento da terapeuta — numa das mais incríveis metáforas visuais de 2018. 

    13. 'Rosario's Quinceanera' (Will & Grace)

    Falar de temas dramáticos em comédias nunca é simples. Ainda mais em Will & Grace. Sim, a obra já era revolucionária ao trazer protagonistas LGBT nos anos 90, mas sempre foi associada com altas gargalhadas, participações de famosos, tiradas sobre cultura pop e comédia física. Então, foi surpreendente ver que os criadores decidiram matar Rosario (Shelley Morrison), para justificar a ausência de sua intérprete no revival. O lado comédia ainda está lá, seja ao tentar transformar o funeral em uma festa de quinze anos ou na impagável participação de Minnie Driver, mas é o luto de Karen (Megan Mullally) que traz os melhores momentos do episódio. Seus amigos tentam ajudá-la a expressar seus sentimentos diante da recusa da socialite, mas é somente quando faz um monólogo diante do caixão de sua leal amiga, ela mostra sua verdadeira face. Não é a toa que Mulally foi indicada ao Emmy por tal performance. E não é a toa que (com esse e outros episódios abordando temas sérios) Will & Grace é o exemplo de como um revival deve ser feito nos dias atuais.

    12. 'Nice Face' (Killing Eve)

    Um episódio piloto ideal é aquele que cumpre algumas tarefas básicas: apresentar ao público quem são os personagens principais (e por que são estes, exatamente), qual é o conflito central, deixando no meio do caminho um motivo por que assistir ao episódio seguinte. O primeiro episódio de Killing Eve faz tudo isso, e um pouco mais. Além de render cenas memoráveis e interações que estabelecem desde o início os espíritos antagônicos de Eve (Sandra Oh) e Villanelle (Jodie Comer), “Nice Face” é sádico e cruel. Ele brinca com as expectativas e com a versão idealizada da dinâmica que deveria se estabelecer entre ambas. É tão orgânico que é como se ele nem estivesse tentando te surpreender, quando no final deixa uma impressão completamente perturbadora. Missão mais do que cumprida. (Laysa Zanetti)

    11. 'Smart Power' (The Handmaid's Tale)

    Não é segredo para ninguém que a segunda temporada de The Handmaids Tale não entrega a mesma qualidade da anterior. Mas isso não significa que a adaptação da obra de Margaret Atwood perdeu sua importância, principalmente ao colocar seus personagens em situações inesperadas. Levar o casal Waterford para o Canadá traz o brutal confronto de ideologias, mas mostra como isso pode ser feito sem cenas violentas e explícitas. É observar um retrato político assustador em tais dias atuais. É sentir na pele a tentação de Serena Joy (Yvonne Strahovski, a melhor performance do drama em 2018) em abandonar sua vida ao perceber tudo que perdeu. É o incômodo do encontro de Nick (Max Minghella) e Luke (O.T. Fagbenle). É ver a resistência de Moira (Samira Wiley) e do marido de June (Elisabeth Moss) culminando na frase "We Believe the Women". É aquilo que nos faz acreditar que The Handmaid's Tale ainda pode voltar a ser o projeto tão elogiado que um dia foi.

    10. 'Janet(s)' (The Good Place)

    Em uma temporada de The Good Place que está consideravelmente abaixo das duas primeiras — provavelmente por ter perdido a possibilidade de brincar com o lúdico —, a série de Mike Schur entrega um de seus melhores episódios. Olha a responsabilidade. Trata-se de um banho de atuação de D’Arcy Carden, um roteiro que discute nas entrelinhas questões de identidade e moral, trazendo de volta tudo o que a comédia tem de melhor: tiradas velozes, passagens insanas, reviravoltas impensáveis e uma base filosófica mais impressionante do que deveria ser permitido a uma comédia de uma rede de TV aberta. E quando entrega a maior surpresa — a respeito da verdade do “Bom Lugar”, deixa o público indagando no final: “Bem, não era óbvio?” E, mesmo assim, ninguém pensou nisso antes.  (Laysa Zanetti)

    9. 'Not Yet' (One Day at a Time)

    Já citamos aqui a comédia contemporânea se destaca por inserir drama de forma orgânica. Mas nenhuma série do gênero emocionou tanto neste ano como One Day at a Time. O revival sempre foi elogiado por abordar temas delicados, mas provou como seu foco é o relacionamento da família principal no final da segunda temporada. Diante de uma possível tragédia, cada protagonista tem a chance de fazer um belo monólogo explicando como tais relacionamentos se desdobraram da forma que são hoje. Todos os atores fazem um belo trabalho, mas as performances de Justina Machado e da lendária Rita Moreno provam como a temporada de premiações é injusta ao esnobar tal atração. É impossível não soltar lágrimas, porém elas são completamente justificadas quando o título de tal episódio finalmente é dito em tela, fazendo a plateia (e o público em casa) vibrar de emoção, numa sensação de alívio que poucas séries conseguem causar nos fãs. Cheia de uma representatividade necessária, One Day at a Time surge como uma narrativa delicada, real e orgânica, se transformando numa das melhores séries da tv atual. 

    8. 'Loud, Fast & Keep Going' (Barry)

    Ao longo de toda a temporada, Barry fazia o absurdo de misturar um drama mafioso de ação com uma comédia sobre os problemas de quem almeja fama em Hollywood. Mas, até então, tais mundos ficavam meio separados, sendo ligados apenas pelo protagonista vivido por Bill Hader. Logo, era só uma questão de ver tal bomba-relógio explodir e, quando isso aconteceu, o resultado não poderia ser mais trágico. No penúltimo episódio, o público percebe como a torcida por Barry pode ser equivocada e que, talvez, não exista redenção para tal personagem. Em sequências recheadas de suspense, é possível ver o cérebro do assassino de aluguel percebendo a terrível decisão que ele terá que tomar. Até o último instante, surge o desejo de que algo irá mudar, que uma salvação repentina surgirá, mas a série não tem medo de ultrapassar limites e faz o inimaginável. Novamente, os gêneros se misturam num roteiro dedicado e uma edição frenética, juntos representando a confusão emocional do protagonista (numa das melhores da carreira de Hader), prestes a entrar em cena para apresentar Macbeth — uma escolha nada aleatória dos roteiristas. Por fim, a comédia ainda encontra seu espaço, como uma cereja do bolo que deixa o espectador mais aflito sobre o futuro da jornada.

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