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    Super Drags: Crítica da primeira temporada

    Os haters que reclamem, pois a animação é um close certo!

    Nota: 4,0 / 5,0

    Desde o momento que a Netflix anunciou a produção de uma série animada sobre heroínas drag queens, a polêmica estava declarada. Alguns pediatras e políticos manifestaram repúdio ao projeto, mas o serviço de streaming fez questão de explicar como Super Drags não é para crianças. E isso fica bem claro desde a primeira cena...

    Criada por Anderson MahanskiFernando Mendonça e Paulo Lescaut, a trama acompanha as aventuras de Donizete, Patrick e Ralph, que se transformam em Scarlet Carmesin, Lemon Chifon e Safira Cyan — poderosas drag queens que protegem a comunidade LGBT com muito humor. Desde o piloto, já dá para perceber que essas protagonistas estão longe de serem modelos exemplares de heroínas. Estamos diante de personagens cercadas por situações politicamente incorretas, imagens explícitas e piadas sexuais (algumas bem desnecessárias). 

    Logo, é burrice pensar que tal atração foi destinada para o público infantil. Super Drags surge para se comunicar com o povo da internet, fazendo várias referências com a cultura LGBT, brincando com elementos da sociedade brasileira e espalhando representatividade através da zoeira. Como esperado, a série começa bem introdutória e com um humor quase bobo, até que, aos poucos, traz umas críticas bem bacanas sobre homofobia, mídia e os padrões estéticos da sociedade. Por ter apenas cinco episódios, não aprofunda muito nessas questões, mas já passa sua mensagem (e não se torna cansativa!). Um dos grandes arcos da animação envolve um grupo religioso extremista promovendo a "cura gay". Vai causar polêmica. Vai incomodar muita gente. Mas é hilário.  

    O lado técnico do show também traz alguns detalhes bem interessantes. Um dos acertos é ver como os looks (e poderes) das protagonistas combinam com suas personalidades. Além disso, certas escolhas demonstram como se trata de uma inusitada paródia de outros desenhos famosos. Fãs vão perceber inspirações visuais em As Meninas Superpoderosas, Sailor MoonTrês Espiãs Demais e até Power Rangers — só que com uma temática nada infantil, é claro. A ideia é simplesmente aproveitar o formato animado para criar cenas bem insanas e piadas para adultos. Não há nada errado com isso.

    Por sua vez, o roteiro afiado cai como uma luva para os dubladores. Os três protagonistas fazem ótimas performances, mas o destaque fica com Fernando Mendonça (também criador e diretor da obra), bem confortável dando voz hilária para Scarlet, que certamente vai se tornar meme. Pabllo Vittar consegue se dar bem como a cantora Goldiva, enquanto Silvetty Montilla brilha e diverte no papel de Vedete Champagne.

    Resumindo, Super Drags é uma boa pedida para você que deseja distrair a mente ou simplesmente rir com os amigos. É close certo!

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