Quando Aimee Carrero recebeu a proposta de dar voz à personagem principal de She-Ra e as Princesas do Poder, sua primeira reação foi questionar: “She-Ra?!”
Se esta curiosidade não deixa claro, explicamos: A nova série da She-Ra produzida pela DreamWorks para a Netflix quer atingir um novo público, que não foi impactado pela história derivada de He-Man durante o seu auge entre as décadas de 1980 e 1990.
Tomando um dos palcos principais no primeiro dia oficial de New York Comic Con 2018, a produtora e showrunner Noelle Stevenson falou sobre o projeto ao lado de seu elenco: Carrero (Adora/She-Ra), Karen Fukuhara (Glimmer) e Marcus Scribner (Bow). Para a idealizadora do projeto, que ganhou fama na internet a partir de artes compartilhadas no Tumblr, trata-se de uma chance de dar à personagem um arco serializado, algo que a série dos anos 1980 não permitia, devido à sua própria estrutura e limitações.
Durante o painel lotado de fãs usando suas próprias coroas e empunhando espadas, foram exibidos cinco clipes de cenas variadas da primeira temporada da série, incluindo os quatro primeiros minutos do episódio piloto. Cada um dos trechos apresenta pontos diferentes da história, focados nos personagens principais e seus conflitos pessoais. E apesar da diferença notória em relação à original, tanto em traços quanto em abordagem, os fãs mais atentos conseguirão facilmente notar vários easter-eggs.
Em She-Ra e as Princesas do Poder, a órfã Adora deixa para trás sua vida na "Horda maléfica" quando descobre uma espada mágica que a transforma na guerreira mítica She-Ra. Esta decisão acaba a colocando do lado oposto de sua melhor amiga, Catra (AJ Michalka), e é exatamente este balançar da amizade que será um dos principais conflitos da série.
“Ela está numa situação em que existe uma dualidade”, explica Carrero sobre Adora e Catra. “É o que acontece quando você ama uma pessoa, e você sabe que ela está fazendo algo errado, mas ao mesmo tempo quer protegê-la, mas também precisa fazer a coisa certa. E isso deve percorrer por toda a série.”
Uma segunda dupla que promete conquistar corações é Glimmer e Bow — ele, dublado por Scribner, ocupa um lugar “raramente visto por personagens masculinos na TV”, comemora o ator. “Ele não tem poderes, e está em meio a tantas outras mulheres muito poderosas. Então o que ele quer fazer é apenas ajudá-las no melhor de suas habilidades.”
“Ele é um tipo de bússola moral”, completa. “É a relação que passa pelas duas amizades, um lado tentando equilibrar o outro.”
Sem fugir do elefante no meio da sala — a responsabilidade de se adaptar uma história adorada por tantos e cultuada quase como um material sagrado —, Stevenson demonstrou respeito, mas também deixou claro que o seu objetivo é criar algo novo, que reflita e seja refletido no público mais novo do Século XXI.
Fukuhara encerra: “Quando eu era, criança era obcecada com Sailor Moon. Agora estou muito empolgada com a expectativa de ver jovens garotas se identificarem com She-Ra da mesma forma com que eu me identifiquei com Sailor Moon, e saírem por aí fazendo cosplays e se inspirando.”
Confira o trailer acima e abaixo as artes divulgadas durante o painel. She-Ra e as Princesas do Poder chega à Netflix em 16 de novembro.