A National Geographic e a Intel decidiram se unir para a criação de uma nova série série documental: Hack the City. A produção brasileira, que estreia no canal na próxima quarta-feira, às 19:45, aborda a relação da arte com a cidade de São Paulo a partir de projetos que dão luz à capital paulista através da tecnologia.
O AdoroCinema assistiu aos dois primeiros episódios e vale ressaltar que, apesar de curtos (apenas 15 minutos), funcionam muito bem como reflexão sobre a apropriação da cidade. Para além disso, a maneira sutil de misturar arte com tecnologia pode agradar o telespectador.
A fotógrafa Raquel Brust é a personalidade do primeiro episódio da série documental. Com narração feita por ela mesma, o desafio proposto é a colagem de um giganto (projeto de instalação com fotografias hiperdimensionadas) em um dos prédios no Elevado João Goulart, na região central da cidade. A personagem escolhida para o retrato de 13 metros de altura é uma refugiada da Síria e as sensações são transmitidas com o uso de poucas palavras, através de imagens feitas com drones que mostram uma São Paulo mais calma e vazia — oferecendo aqui um algo como um refresco para quem vive na cidade mais agitada do país.
“A série olha para o centro da questão, faz com que a pessoa olhe para dentro e também para o outro além da máscara”, disse Raquel Brust durante coletiva.
No segundo episódio, o coletivo MOOC propõe a revitalização de uma pista de skate na favela de Paraisópolis. Assim como o primeiro, há o uso inteligente de drones para ambientação da comunidade, que fica localizada ao lado de um dos bairros mais caros da cidade. Junto à isso, a produção deixou apenas a pista colorida, utilizando o cinza em todo o resto da imagem — salientando a necessidade de arte em São Paulo.
Um ponto bem interessante de Hack the City é a escolha da identidade dos artistas como marca de cada episódio. No primeiro, por exemplo, há imagens que são como fotografias sendo tiradas por Raquel, já no segundo, há todo o uso do colorido, de músicas e de imagens caseiras fazendo uma alusão aos anos 80 que o coletivo MOOC tem como estilo.
Com quatro capítulos, são quatro projetos de criativos de diferentes áreas e com diversidade nos temas escolhidos (desde a importância da inserção dos refugiados como iguais na sociedade até o uso de uma área não utilizada pelos habitantes de uma comunidade). O projeto inovador tem como objetivo inspirar as pessoas à buscarem inspiração através do uso da arte pública.
Produzida pelo Fox Lab, Hack the City faz uso do ambiente urbano misturado com a tecnologia para produções artísticas e a entrega do projeto vai além das telinhas: é real. Todas as obras ficarão expostas por até seis meses na cidade.