Bob Iger, presidente da Disney, pode ter declarado que não pretende "machucar ou matar" a Netflix com o serviço de streaming da casa de Mickey Mouse, mas isto não quer dizer que a Disneyflix - como vem sendo chamada a plataforma da companhia - não rivalizará com a gigante do segmento. De acordo com informações do New York Times, que montou um extenso perfil sobre o publicitário Ricky Strauss, um dos principais responsáveis pela vindoura plataforma da Disney, o serviço incluirá inúmeras produções originais promissoras, incluindo séries derivadas dos hits High School Musical e Monstros S.A.
Ainda sem maiores informações, os dois vindouros seriados serão apenas algumas das apostas da Disney para atrair o público cativo de empresas como a Netflix, o Hulu e o Amazon Prime. No momento, são nove filmes em produção - incluindo os live-actions de A Dama e o Vagabundo e A Espada Era a Lei, além do remake de Três Solteirões e um Bebê -, custando entre US$ 20 milhões e US$ 60 milhões; e mais um punhado de obras televisivas, incluindo uma possível nova iteração dos Muppets - segundo a reportagem do periódico nova-iorquino, cada seriado da plataforma da Disney terá orçamento girando na casa dos US$ 30 milhões.
Os projetos supracitados, que ainda ganharão a companhia de outras produções como The Paper Magician, o Don Quixote de Billy Ray (Olhos da Justiça) e Nicole, serão integrados ao catálogo da "Disneyflix" ao lado dos vastos bens audiovisuais da companhia. Assim que a plataforma da casa de Mickey Mouse, a maioria de suas produções que fazem parte do catálogo da Netflix - incluindo, portanto, os filmes do Universo Cinematográfico Marvel, do Universo Star Wars e do Universo Pixar - migrarão de volta para casa; por enquanto, as séries de super-heróis como Demolidor e Jessica Jones permanecem onde estão. Isso sem contar com as propriedades da Fox que serão controladas pela Disney assim que o bilionário acordo entre os dois estúdios for concretizado - a previsão é para meados de 2019.
É no ano que vem, aliás, que a "Disneyflix" será lançada, ainda sem data definida. De um ponto de vista corporativo, é evidente que a iniciativa de Iger e cia. irá impactar e muito o mercado de entretenimento. No momento em que os serviços de streaming, liderados pela Netflix, consolidam cada vez mais seu domínio sobre as preferências dos espectadores, a entrada da Disney no segmento não só prova a relevância do negócio, como também muda as regras do jogo. Distribuidores tradicionais e festivais prestigiados podem antagonizar a Netflix, que é uma companhia jovem e ainda em ascensão, mas será que terão o mesmo peito para pisar no calo de uma gigante quase centenária como a Disney? Resta aguardar para ver.