Nota: 2,5 / 5,0
A sexta temporada de Arrow trouxe à tona o velho dilema da identidade secreta do Arqueiro Verde, mas tropeçou em episódios arrastados que sofreram com falta de foco, salvando-se nos últimos seis capítulos da produção.
Enquanto a quinta temporada terminou com uma das melhores finales desde o primeiro ano da série, encerrando o conflito entre Oliver Queen (Stephen Amell) e Adrien Chase (Josh Segarra) e deixando o público sem saber qual seria o destino de cada membro do Team Arrow, o início do sexto ano não correspondeu à expectativa e mostrou que o impacto do ataque fora mínimo na vida dos personagens.
O principal destaque desse arco foi a introdução de William (Jack Moore), filho de Oliver, que teve lidar com a morte de sua mãe e ainda foi morar com um pai que mal conhecia. O drama familiar do protagonista foi algo que deu bastante pano para manga na temporada, com Felicity (Emily Bett Rickards) assumindo o papel de madrasta, e Oliver tentando balancear seu trabalho como prefeito, sua missão como Arqueiro Verde e suas responsabilidades como pai. Pelo menos, o romance Olicity avançou e deixou de ser uma questão dramática para produção.
Ao mesmo tempo que o dilema de Queen poderia ter funcionado muito bem ao longo da temporada, acabou gerando mais conflitos desnecessários quando Oliver voltou a suas aventuras tradicionais de vigilante. Os arcos de cada um dos coadjuvantes não convenceu muito ao gerar uma quebra de confiança entre o time Arrow original e os novos membros da equipe. Enquanto foi interessante ver o reencontro de Thea (Willa Holland) e Roy Harper (Colton Haynes), o arco que mais deixou a desejar foi entre Dinah (Juliana Harkavy) e do Vigilante (Johann Urb) — a série mais uma vez apostou no mistério sobre a identidade dele, mas a revelação foi insatisfatória. Outra dinâmica que pareceu arrastada e repetitiva foi a relação entre Quentin (Paul Blackthorne) e a doppelganger de sua filha, Laurel Lance (Katie Cassidy).
Aos poucos, o protagonista foi sendo abandonado por sua antiga equipe, por Diggle (David Ramsey) e até mesmo aparentemente por Felicity, momento que foi revelado ser uma alucinação, curiosamente em um dos episódios mais interessantes da temporada. "Fundamentals", o 18º capítulo, ainda se destacou por trazer os retornos de Adrian Chase e de uma versão do Arqueiro das primeiras temporadas.
De fato, a série conseguiu retomar sua qualidade justamente quando Oliver resolveu agir sozinho. Isso, também, devido ao fato da mudança de vilão. Começando com Cayden James (vivido pelo talentoso Michael Emerson) como antagonista, personagem cujas motivações pareceram mais do mesmo, em relação a vilões anteriores; a trama mudou de figura quando Ricardo Diaz (Kirk Acevedo) assumiu a vilania. Querendo apenas dinheiro e integrar um famoso grupo criminoso, a presença do vilão ainda trouxe uma novidade: a corrupção da cidade como vilã.
Além das cenas de ação sempre bem coreografadas e sequências empolgantes, a série se destacou por episódios com tramas independentes. Alguns deles foram "Deathstroke Returns" e "Promises Kept", que retomaram um pouco da origem da série com a presença de Slade Wilson (Manu Bennett); o crossover com as demais séries de herói "Crisis on Earth-X"; o próprio 18º, focado nas alucinações de Oliver, e o 19º "The Dragon", que mostrou o passado e um pouco mais da personalidade do vilão Ricardo Diaz.
Com um começo arrastado e um sopro de surpresa na sua segunda metade, a sexta temporada de Arrow conseguiu mostrar que é a série mais "pé no chão" do Arrowverse. O ano terminou com algumas despedidas emocionantes — de Thea, que deixou Star City com Roy, e Lance, morto no último episódio — e um mistério maior para a temporada seguinte, com Oliver anunciando publicamente que é o Arqueiro Verde. A próxima temporada promete mostrar a dinâmica do herói preso com inúmeros bandidos que ele mesmo colocou na prisão, e a repercussão da revelação para Felicity, William e o resto do Team Arrow.